Depois da aposentadoria: segunda carreira se torna cada vez mais comum

Professor da FGV diz que pessoas estão vivendo com saúde até cerca de 75 anos e querem estar inseridas socialmente

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – “Sempre tem gente parando, mas cada vez menos”. A visão da pessoa aposentada que passa o dia passeando ou descansando vai diminuindo. De acordo com o professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), Joaquim Rubens Fontes Filho, os profissionais estão vivendo com saúde até cerca de 75 anos e é natural que queiram se manter inseridos socialmente.

Uma forma de fazer isso é seguindo uma segunda carreira, depois da aposentadoria. “O que a gente vê, cada vez mais freqüentemente, é uma outra atividade. O conceito que está sendo trabalhado muito é o de que as pessoas são cada vez mais responsáveis pela própria trajetória e, então, ela sai da empresa e cuida de um negócio ou fica como consultor na empresa”, explica Fontes.

Mas, para seguir essa outra carreira, é preciso ter bagagem, conhecimento e preparação. O sentido da trajetória nova é diferente da carreira inicial, para quem tem condições financeiras. O profissional vai trabalhar um dia sim e outro não e participar como especialista em alguns pontos do projeto. É algo mais leve.

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Poupe já

Para poder se dedicar a essa outra carreira, de maneira mais leve, é preciso ter o orçamento equilibrado. “A aposentadoria definitiva, quando a pessoa não quer mais trabalhar, se desloca cada vez mais para a frente, mesmo por causa das condições financeiras”, explica. Por isso é que se faz extremamente necessário um pé-de-meia.

“O ciclo da aposentadoria começa quando a pessoa nasce”, diz o professor. As novas despesas financeiras, as mais pesadas, surgem com 30 ou 40 anos e depois diminuem, mas sempre é tempo para economizar para depois que parar de trabalhar. Quanto mais cedo começar a poupar, maior o poder de barganha que terá para dizer “chega!”.

Este poder acontece com o acúmulo de experiência e compreensão de cenários. “Não deixe só que a empresa diga o que tem que fazer. Até que ponto acrescenta a você o que está sendo pedido?”, indaga.

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Pense como indivíduo

Para conseguir seguir uma segunda trajetória, é preciso não ser dependente da empresa. “Ela se torna uma família, mas tem o risco de a pessoa não se pensar como indivíduo. Seja parceiro da empresa, mas com cuidado. Ela passa por altos e baixos. Pode passar por problema e ter que demitir 10 mil para segurar outros 20 mil, e como fica você?”.