Critérios para oferecer cargo de liderança estão equivocados, diz consultor

A liderança não é para todos! "Há diferenças entre competência técnica e a competência de liderança", diz Rogério Martins

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Embora ao alcance de todos, a liderança não é para todos. Chefiar uma equipe requer responsabilidade e implica correr riscos, e nem todos estão dispostos a se submeter. Assim, agem consciente ou inconscientemente para evitar assumir o posto.

“Ter de assumir uma posição é algo incômodo, pois gera ansiedade, dúvida, insegurança. Há indivíduos que preservam mais do que tudo sua sensação de segurança e assumir o papel de liderança é exatamente quebrar esse equilíbrio”, afirma o consultor de carreira Rogerio Martins.

Oferta de cargo de líder é feita de maneira errada

Até o início da década de 1980, a empresa oferecia o cargo de liderança para quem tinha mais tempo de casa, idéia que foi mudada. “O grande erro que se cometia era o de promover à liderança aquele mais antigo. Hoje o erro continua, mas de outra forma. Promove-se aquele que é muito competente no que faz. O ponto crucial é a não observação de que há diferenças entre a competência técnica e a competência de liderança”.

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“Apesar do exercício de liderança exigir método, rotina, conhecimento, atuar como líder exige muito mais do que tempo de casa ou capacitação acadêmica”, completa Martins.

O que se faz necessário é a identificação com o papel de liderança. Por isso, encontramos ótimos engenheiros no papel de chefia e psicólogos, por exemplo, sendo péssimos líderes.

Não há problema em não querer ser líder

“Não há demérito em não ser líder”, diz Martins, que ainda aconselha os profissionais a ponderarem os pontos positivos e negativos antes de assumir o posto: está preparado para as novas pressões? Para lidar com o ser humano? Pense em si e no que te faz bem.

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“A sociedade atual por vezes induz os indivíduos a assumirem uma posição que não lhe diz respeito. Por isso, clarifique para si mesmo o que quer”. Mesmo depois de decidir, tenha humildade para reconhecer que está no caminho errado e, se precisar, dê um passo para trás para depois avançar.

Por fim, Martins explica que, se perceber que a liderança não é o melhor para você, tente ser o melhor naquilo que escolher. Boa Sorte!