Crescimento econômico depende da inclusão da mulher no mercado

Segundo executiva, empresas com mulheres em cargo de liderança têm maior retorno financeiro

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O crescimento econômico sustentável passa pela inclusão das mulheres no mercado global. A afirmação foi feita pela vice-presidente global de Políticas Públicas e Sustentabilidade da Ernst & Young, Beth Brooke, considerada uma das cem mulheres mais influentes pela revista Forbes, durante um almoço empresarial da Lidem (Grupo de Mulheres Líderes Empresariais).

“Hoje as questões relacionadas às mulheres são quase todas tratadas no âmbito dos direitos humanos, e não é disso que estamos falando. A inclusão das mulheres nessa equação tem a ver com desenvolvimento econômico”, disse.

Mulheres líderes

A executiva considera que a estratégia de ampliar a participação feminina no mercado de lideranças é de interesse das empresas. “Elas serão nossas funcionárias, nossas consumidoras e nossas líderes. Isso faz sentido, é a coisa certa a se fazer, dá retorno financeiro e é inteligente”, afirmou.

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Citando dados de uma pesquisa mundial, Beth afirmou que as empresas terão o retorno financeiro devido ao fato de que as mulheres que estão no mercado de trabalho reinvestem pelo menos 90% de sua renda na família a na comunidade onde vivem, enquanto entre os homens, esse índice é de apenas 30%, fazendo com que a presença de mulheres líderes torne uma comunidade mais rica e sustentável.

Lucro, crise e mulheres

Para a executiva, a principal lição que deveríamos tirar da crise econômica é a importância da inclusão das mulheres no mercado global, para o crescimento sustentável. Segundo ela, empresas com maior participação feminina em cargos executivos apresentaram melhor desempenho financeiro. Mas isso não mostra a superioridade delas, e sim a diversificação que vem ocorrendo no mercado de trabalho. “A mágica está na diferença, nos dois lados como iguais. Grupos heterogêneos conseguem resultados melhores do que os homogêneos”, explicou.

Porém, Beth afirma que a presença das mulheres ainda é pequena no mercado, citando como exemplo o caso dos Estados Unidos, que possui 1,03 mulheres para cada homem, enquanto no mundo corporativo, essa proporção é de 6,3 homens para cada mulher, o que faz com que aquelas que têm uma carreira executiva sejam vozes isoladas em um universo masculino.

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Já considerando o dilema feminino de escolhas entre a vida profissional e a vida de mãe e esposa, a executiva afirmou que as pessoas não devem se deixar levar pelas expectativas de comportamento dos outros, em função de papéis sociais. “É preciso mudar a programação e entender que os dois – homens e mulheres – carregam o ônus de cuidar das crianças. Hoje elas não só administram essa responsabilidade, como sabe-se que cai sobre as filhas mulheres o dever de cuidar dos pais, que não é dividido com os filhos homens”, afirma.

Ao mesmo tempo, Beth considera que essa situação traz uma vantagem para elas, pois, ao lidar com essas cargas, as mulheres se tornam líderes naturais, e também ficam mais abertas a ouvir outras ideias e soluções.