Crescimento do crédito imobiliário ajudou a gerar vagas de trabalho no setor

Segundo Creci, o crédito alterou a dinâmica de quem atua com Administração de Imóveis - destaque do Caged em fevereiro

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – A expansão do crédito imobiliário dos últimos anos impactou no mercado de trabalho do setor e alterou a dinâmica de quem atua com Administração de Imóveis. Tanto é que o número de corretores inscritos somente no Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) em 2010 foi quatro vezes maior que o de 2005.

“Tudo é consequência da oferta de financiamento, permitindo que muita gente compre imóveis”, considera o presidente do Conselho, José Augusto Viana Neto. Para ele, os investimentos do governo em habitação, a melhora da renda e a facilidade do crédito formam um cenário favorável para o aquecimento do mercado de trabalho do setor. Hoje, cerca de 10 mil corretores estão inscritos no conselho, contra 2,5 mil de 2005. 

Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta semana comprovam isso. De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o setor de Serviços foi o que gerou mais vagas em fevereiro. Foram 134 mil novos postos. Esse número fez com que o setor registrasse o maior saldo da história do levantamento.

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Dentro do setor de Serviços, o segmento de Serviços de Comércio e Administração de Imóveis e Técnico-Profissionais foi o que mais contribuiu para a ampliação de vagas, com 40.947 postos criados no segundo mês do ano.

Interesses conflitantes
Para Viana, ainda que o governo adote medidas de contenção de crédito, os financiamentos imobiliários devem continuar em alta neste ano. Com esse cenário, o presidente do Creci-SP acredita que o mercado para quem atua com imóveis continuará favorável. “Continua o crescimento, porque há espaço”, afirma.

Dentro da área de Administração de Imóveis, é possível atuar com administração de locação e administração de condomínio. “Em administração de condomínio, temos profissionais de diversas áreas, como contadores e advogados, por exemplo”, afirma Viana. Ele explica que essa área não tem regulamentação própria.

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Viana destaca que com a expansão do setor imobiliário e da Construção Civil, os profissionais mais demandados são os corretores de imóveis. “Se hoje temos cerca de 10 mil inscritos, neste ano o número pode ser um pouco maior”, afirma.

Quem quer aproveitar a crista dessa boa onda, contudo, precisa se especializar. “Só pode ser corretor quem é técnico de transações imobiliárias”, explica Viana. Para ter essa formação, é preciso completar o curso que leva o mesmo nome.

Para além da formação técnica, os corretores precisam ter habilidades específicas da área. “Ele precisa ter a capacidade de interpretar o que o cliente quer e ser um excelente mediador, porque ele lida com interesses conflitantes. Quem quer vender quer vender o mais caro possível e quem quer comprar quer comprar o mais barato possível”, afirma.

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Novas vagas
Acompanhando o setor de Serviços, o da Construção Civil também registrou forte aumento na geração de vagas. Segundo o Ministério do Trabalho, em fevereiro, foram criados 30 mil novos postos. A Indústria de Transformação também foi destaque no mês passado, ao criar 60 mil postos.

Ao todo, o Brasil gerou 280.799 novos empregos com carteira assinada, número recorde para o período. O resultado é 34,08% superior ao melhor desempenho registrado na série histórica do Caged ocorrido em fevereiro de 2010, quando foram gerados 209.425 postos.