Conselheiro dá legitimidade à empresa de capital aberto; conheça melhor o cargo!

Eles são chamados em momentos de transição, mas também de crise; suas remunerações estão sendo colocadas em jogo!

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A intensificação do processo de abertura de capitais das empresas no Brasil foi um dos grandes motivadores para o desenvolvimento e o aprimoramento dos conselhos administrativos.
“Já vinha em crescimento o número de conselhos, mas em 2006 e 2007 houve demanda maior”, disse o sócio da ARC Executive Talent Recruiting, Peter Anderson.

Nas empresas de capital fechado eles também são buscados, não muito pela questão da responsabilidade na administração, mas para aproveitar um pouco da vivência destes profissionais.

Quem forma um conselho administrativo – setor responsável por tomar decisões, orientar, dentre outras atribuições – pode ser uma pessoa de dentro da companhia, como o próprio controlador, ou alguém de fora. Neste último caso, a empresa pode contratar por conta própria ou chamar uma consultoria. A maioria das empresas ainda usa a relação pessoal para indicar um conselheiro.

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Demanda

Existem várias situações em que um conselheiro é chamado. Um exemplo: o conselho chega à conclusão de que precisa de alguém com experiência em remuneração. Então, escolhe um especialista no assunto.

“Às vezes, a empresa simplesmente quer conselheiros que dêem legitimidade à ela. É buscar alguém para dar ao mercado uma visão de que está dando qualidade ao conselho”, explicou Anderson. Por isso, ex-ministros e presidentes são bastante demandados. Confira abaixo outros momentos em que eles são bastante procurados:

Perfil

Para ser um conselheiro, Anderson é bastante enfático ao que o profissional deve ter: experiência – a maioria já passou por posição de liderança -, disposição e opinião forte. Esta última não precisa confrontar com a da empresa, mas ser enfática. É necessário prestar atenção às características deste profissional.

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Por exemplo: imagine uma pessoa que era encarregada de dar ordens e vivia num sistema hierárquico rígido, uma vez que apoiava isso. Você não irá chamá-lo para que faça um processo de mudança na equipe para algo mais colaborativo. “Essa característica você tem que analisar para não ter conflitos”, ponderou Anderson.

Questionado sobre se o conselheiro normalmente é aquela pessoa que já saiu do mercado, mas quer continuar na ativa, Anderson afirmou que não necessariamente. “A maioria tem a atividade que pratica. Mas tem gente que é exclusivamente conselheiro”, afirmou ele.

No caso dos que ocupam exclusivamente a posição, pode ser em mais de uma empresa. “Tem que ver se não terá conflito de interesses: não pode ser em dois bancos, por exemplo. Tem que ser em um setor que não seja conflitante com a outra posição. Dependendo de como é formado o conselho, ele tem muita demanda de tempo também”.

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Remuneração

Em relação à remuneração dos conselheiros administrativos, o sócio da ARC apenas respondeu: “esse é um assunto muito debatido em função do que está acontecendo”, em referência à crise financeira internacional, que colocou em cheque os salários dos executivos de alto escalão.

De acordo com ele, o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) está promovendo debates e estudos em relação à remuneração de conselheiros. “O que é particularmente difícil é que a maioria das pessoas tem receio de divulgar a remuneração total por segurança, além de uma série de empecilhos”, explicou ele.

Uma das idéias debatidas é de não colocar o valor, mas padrões para as remunerações serem mensuradas, de acordo com o desempenho do conselheiro administrativo, que hoje tem muitas responsabilidades, inclusive legais. “Por isso, a avaliação de desempenho dos conselheiros também é algo novo”.