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SÃO PAULO – Pesquisa da consultoria internacional Booz & Company revela que os CEOs raramente são demitidos por baixa performance.
A média brasileira de demissões causadas por performance insatisfatória desses executivos, no ano passado, se igualou à média mundial, de 13,9%, e ficou abaixo apenas das médias da Europa (17,6%) e dos Estados Unidos (15,2%).
Nível de rotatividade
Entretanto, na comparação com os profissionais da Argentina e do Chile, os CEOs com baixo desempenho no Brasil têm mais chances de serem demitidos. A possibilidade de os profissionais que atuam na Argentina serem forçados a deixar o cargo é de 12% e, no Chile, a média é ainda menor, de 6,5%.
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Desta maneira, a média brasileira de rotatividade de CEOs é maior do que a média da América do Sul. Já a Europa apresenta o ambiente mais difícil para esses executivos, enquanto os da América do Norte permanecem mais tempo no cargo.
“A profissionalização, os avanços em governança nas empresas e a recente internacionalização das companhias no Brasil levaram a média nacional de rotatividade de CEOs a estar bem em linha com a média mundial. A rotatividade nos outros países do Cone Sul apresenta patamares menores, refletindo maior conservadorismo no ambiente empresarial”, afirma o sócio da Booz & Company, Paolo Pigorini.
Correlação pequena
De qualquer maneira, a conclusão foi que há pouca correlação entre resultados ruins de curto prazo para o acionista e a demissão de CEOs, ao menos nas 2.500 maiores empresas de capital aberto do mundo, que participaram da sétima edição da pesquisa CEO Succession, realizada anualmente pela consultoria de gestão estratégica Booz & Company. O estudo descobriu, ainda, que a rotatividade mundial de CEOs caiu levemente em 2007, mas continua alta.
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Veja as principais conclusões da pesquisa “CEO Succession 2007: The Performance Paradox”:
- A porcentagem mundial da rotatividade de CEOs diminuiu, em 2007, para 13,8%, ante os 14,3% obtidos no ano anterior. Isso indica uma tendência decrescente quando comparada ao ponto mais alto de rotatividade, 15,4% registrado em 2005. No total, 345 CEOs deixaram o cargo no ano passado, uma diminuição de 3,5% em comparação com 2006 e de 10% em relação a 2005;
- Em 2007, a porcentagem de rotatividade geral de CEOs europeus foi de 17,6%, significativamente maior do que a de seus pares da América do Norte (15,2%), América do Sul (12,2%) e Japão (10,6%). O crescimento do índice na Europa pode ser atribuído em grande parte a um aumento no índice de sucessões planejadas, que foi de 8,3%, em 2007, em comparação com os 6,8% em nível global;
- Os CEOs na América do Norte têm, de longe, a maior média de permanência no cargo: cerca de oito anos, em 2007;
- Os CEOs que deixaram a empresa em 2007 ficaram, em média, seis anos no cargo, igual à média encontrada em 1995 e à média dos últimos 10 anos de estudo;
- Os setores mais estáveis para os CEOs são: Energia (5,8%) e Indústria (8,8%). Os setores com o maior nível de rotatividade são: Telecomunicações (21,7%), Tecnologia da Informação (17,4%) e Serviços Financeiros (14,4%);
- “A noção de que as diretorias demitem os CEOs depois de dois ou três anos de resultados decepcionantes – é um mito”, comenta Pigorini. “A boa notícia é que os conselhos de administração estão concedendo mais tempo aos CEOs para que desenvolvam e executem suas estratégias. Porém, nossa experiência sugere que há muito potencial de melhora na forma como as diretorias supervisionam seus executivos, planejam as sucessões e desenvolvem novas lideranças”, acrescenta.
O outro lado da história: a empresa
O estudo também aponta que um dos motivos que leva as diretorias a não substituir CEOs com baixo desempenho é a falta de candidatos preparados para assumir o posto. Essa hipótese ganha força quando se avalia que as diretorias de empresas norte-americanas e européias continuam contratando profissionais de fora da companhia para o cargo.
As diretorias continuam optando por CEOs de fora da empresa, embora esses profissionais continuem a ter um rendimento mais baixo. Mais de 20% de todos os CEOs são trazidos de fora das empresas, ainda que, em média, tenham um rendimento menor do que os profissionais que são promovidos a essa função.
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Nos dez anos de estudo, a Booz & Company revelou que os CEOs norte-americanos trazidos de fora das companhias tiveram rendimento 1% inferior ao mercado, enquanto o rendimento dos CEOs europeus externos foi 2,2% menor do que o mercado.
Constatou-se ainda que a porcentagem de demissões se estabilizou. Em 2007, 4,2% de todos os CEOs das empresas pesquisadas foram demitidos. Essa é uma porcentagem muito maior do que a de 1,1% a 2% registrada na década de 1990, mas apenas levemente superior à média de 3,8% dos anos 2000.