Centrais pedem redução da jornada de trabalho e ministro concorda

Lupi afirma que é legítimo e natural que trabalhadores se organizem e defendam diminuição das horas de trabalho

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Neste 1º de maio, 500 mil pessoas participaram dos eventos promovidos pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) na Grande São Paulo. Entre apresentações de artistas, que comemoravam o Dia do Trabalho junto à população, a central sindical reivindicou a redução da jornada de trabalho, das atuais 44 horas semanais para 40 horas, mas sem diminuição dos salários.

O presidente nacional da CUT, Arthur Henrique, lembrou a aprovação da Constituição de 1988, que reduziu a jornada de 48 horas por semana para 44 horas e afirmou: “Após 20 anos, colocamos como a principal pauta dos trabalhadores uma nova redução”. O motivo é que, desta forma, o número de vagas de trabalho aumentaria, ao mesmo tempo em que trabalhadores ganhariam uma oportunidade de se qualificar.

Lupi é a favor

Nesta sexta-feira (2), o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, se mostrou favorável à proposta apresentada pelas centrais, para que seja reduzida a jornada de trabalho. Ao entregar as novas carteiras de trabalho no Rio de Janeiro, ele afirmou que é legítimo e natural que os trabalhadores se organizem e defendam a diminuição das horas de trabalho.

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Ele ainda destacou que a questão será discutida no Congresso e, caso seja aprovada a mudança, o País não perderá em competitividade, uma vez que toda a economia mundial tem leis parecidas. Segundo Lupi, até na China, onde a mão-de-obra é muito barata, os trabalhadores começaram a fazer reivindicações por direitos trabalhistas.

Vozes dissonantes

O presidente da Abigraf Regional São Paulo, Fabio de Arruda Mortara, lembra que a redução é uma bandeira antiga da classe trabalhadora, que tem de ser respeitada. “No entanto, uma jornada de trabalho de 40 horas semanais viria na contramão da história. A experiência nos mostra que quase todos os países que tiveram sua jornada de trabalho reduzida perderam competitividade entre os grandes players.

Na opinião do empresário, a medida também seria negativa para os próprios trabalhadores, à medida que reduziria a capacidade concorrencial das empresas e do País, podendo até prejudicar o valor médio da massa salarial.

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O professor Antonio Cândido Azambuja, das Faculdades Rio Branco, avisa que o assunto deve assustar empresários, pois tal mudança geraria aumento de custos.

“Mas, no mundo atual, onde a tendência dos serviços é ser 24 horas, a redução da jornada significa um aumento na oferta de empregos, o que, por sua vez, acarreta um volume maior de dinheiro injetado na economia, o que acaba sendo benéfico para todos”.

Tema mobiliza 180 mil pessoas no Paraná

Nem mesmo o frio de 10 centígrados que atingiu o Curitiba-PR na quinta-feira (1º de maio) afugentou os trabalhadores da cidade. Ao todo, 180 mil pessoas compareceram aos eventos comemorativos e reivindicaram a redução da jornada de trabalho.