Capes e CNI lançam plano para combater escassez de engenheiros

De acordo com diretor da CNI (Confederação Nacional da Indústria), evasão nos cursos de engenharia é superior a 50%

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SÃO PAULO – O Comitê de Engenharia da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e a CNI (Confederação Nacional da Indústria) pretendem enviar ao governo até o fim deste mês um plano para combater a escassez de engenheiros no Brasil.

Batizado de Plano Nacional de Engenharia, inicialmente, o projeto terá quatro ou cinco ações. Entre elas, estão propostas para a redução da evasão e para o preenchimento das vagas ociosas dos cursos de engenharia de instituições públicas e privadas.

Uma das ações, segundo explica o coordenador do Comitê, professor Sandoval Carneiro Júnior, consiste em conceder bolsas de iniciação científica que envolvam os alunos de graduação e do ensino técnico, a fim de evitar a evasão dos primeiros e aumentar o interesse na carreira no segundo grupo.

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“Um dos grandes problemas é que os alunos não têm contato com a profissão. Com as bolsas, é possível aumentar o contato e motivá-los”, diz.

Evasão
O assessor da diretoria da CNI, o economista Marcos Formiga, ressalta a importância do Plano e da articulação entre diferentes segmentos da sociedade para ampliar a quantidade de engenheiros no país.

Segundo ele, a evasão nos cursos de engenharia é superior a 50%, sendo que a maior parte das desistências ocorre nos dois primeiros anos da graduação. Como possível causa, a exemplo do professor Carneiro Júnior, ele cita a distância entre os currículos dos cursos e a solução de problemas concretos imposta pela realidade do mercado.

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“É cada dia mais importante valorizar essa profissão, necessária para se fazer inovação e aumentar a competitividade da indústria brasileira”, afirma.

Futuro
De acordo com o estudo “Potenciais Gargalos e Prováveis Caminhos de Ajustes da Engenharia no Brasil”, realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), se a economia brasileira crescer mais de 4,5% ao ano, a oferta de engenheiros no mercado de trabalho não será suficiente para atender à demanda da indústria, da agroindústria, do comércio e das áreas de tecnologia em geral em 2020.

Na hipótese do crescimento ser de 6% ao ano, por exemplo, a quantidade de engenheiros necessários para a área de petróleo e gás subirá 19,3% até 2020; para a indústria extrativa mineral, a necessidade será de 10,3% a mais; enquanto que na indústria de transformação, a procura crescerá 8,4%.