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Brasil está entre países com menor tributação sobre o salário, aponta estudo

Segundo consultoria, impostos e contribuições comprometem até 22,5% da renda bruta em impostos e contribuições

Ana Paula Ribeiro

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SÃO PAULO – O Brasil está entre os países que possuem a menor tributação sobre o salário de um trabalhador de nível gerencial, ocupando posição intermediária em um ranking com 32 integrantes. De acordo com levantamento divulgado pela Mercer Consultoria na última segunda-feira (19), um funcionário com salário anual de US$ 91 mil – ou US$ 7.583 ao mês – destina 22,5% de sua renda bruta ao pagamento de impostos e contribuições à seguridade social, atuando no Brasil.

O sistema de tributação brasileiro, observa a consultoria, se mantém igual, independentemente do estado civil do funcionário, contrariando o resultado geral do estudo, que aponta melhor situação entre casados, com filhos, do que entre os solteiros. O mesmo ocorre com o primeiro colocado no ranking: nos Emirados Árabes Unidos, onde não há qualquer cobrança de imposto de renda na fonte e as contribuições de seguridade social equivalem a apenas 5% do salário bruto de um empregado, solteiro ou casado.

“O estado civil ainda é o principal fator na determinação dos índices do imposto local. Os dados enfatizam a flutuação dos índices de impostos aplicados de acordo com o nível de renda e o estado civil do empregado. É importante notar que índices altos de imposto não significam necessariamente afluência menor”.

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Ainda na análise sobre o Brasil, o levantamento mostra que o país é um dos melhores colocados nas Américas, ao ficar em 9º lugar, na análise dos funcionários solteiros; 10º lugar, entre os trabalhadores casados sem filhos; e 15º, entre os casados com dois filhos. Com isso, está à frente de Estados Unidos e Canadá, onde são cobrados dos trabalhadores solteiros 29,4% e 30,7%, respectivamente, em impostos e contribuições à previdência.

Países europeus estão entre piores colocados

Considerando apenas os gerentes solteiros, logo após os Emirados Árabes, aparecem a Rússia, com tributação de 13%, e Hong Kong, com 14,2%. Essa posição se inverte quando se trata de empregados casados sem filhos ou com dois filhos: Hong Kong é o segundo da lista, com 11,5% e 8,9%, respectivamente, e a Rússia está em terceiro, com 13%, para os ambos os casos.

Em relação a Rússia, o estudo destaca ainda ser a única nação mais bem colocada no ranking em toda a Europa, que se revelou o ambiente menos atrativo em termos de impostos. Entre os profissionais solteiros, por exemplo, o Reino Unido ocupa a 14ª posição, junto com a emergente Índia, seguido por Irlanda (18ª), Espanha (19ª) e Suíça (21ª). França e Alemanha estão em 22º e 29º lugares, nesta ordem.

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É no continente europeu que aparecem também os últimos do ranking: Hungria (30º), Dinamarca (31º) e Bélgica (32º), onde gerentes solteiros pagam, respectivamente, 48,5%, 48,6% e 50,5% de sua renda bruta em impostos e contribuições à previdência.

Por outro lado, os países asiáticos, incluindo Hong Kong, dominam o topo do ranking. Taiwan, Cingapura, Coréia do Sul e China estão classificados em 4º, 5º, 6º e 7º lugares. Na tabela a seguir, está a tributação sobre o salário bruto dos dez primeiros colocados no ranking*, por ordem crescente de percentual:

Percentual de desconto sobre o salário bruto
(imposto e contribuição à previdência)
País Trabalhador solteiro Trabalhador casado sem filhos Trabalhador casado com 2 filhos
Emirados Árabes Unidos 5% 5% 5%
Rússia 13% 13% 13%
Hong Kong 14,2% 11,5% 8,9%
Taiwan 14,6% 14,4% 15%
Cingapura 16,4% 16,1% 15,6%
Coréia do Sul 16,5% 16,1% 15,6%
China 20,4% 20,4% 20,4%
México 21,4% 21,4% 21,4%
Brasil 22,5% 22,5% 22,5%
Argentina 22,7% 21,9% 19,1%

Fonte: Mercer
* Considerando apenas os trabalhadores solteiros, que pagam mais do que casados sem filhos e casados com dois filhos

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney