Bill Gates vs. meritocracia: bilionário diz que local de nascimento é determinante do sucesso de uma pessoa

A geografia, especificamente o local de nascimento, é o maior determinante do futuro de uma pessoa, segundo o bilionário

Allan Gavioli

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SÃO PAULO – Bill Gates, cofundador da Microsoft, disse que a geografia, especificamente o lugar em uma pessoa nasceu, é o maior divisor de águas de qualquer história pessoal. O bilionário também acredita que o gênero desempenha um papel importante na trajetória das pessoas. É um discurso que vai contra a ideia de meritocracia como verdade universal.

Em entrevista para a Bloomberg, Gates explicou por que considera local de nascimento e gênero como os principais obstáculos para a melhora dos índices de desigualdade ao redor do globo.

Geografia e cegueira seletiva

A geografia não apenas mantém as pessoas presas em suas atuais situações socioeconômicas, mas também fora da vista das pessoas nos países mais ricos, o que atrasa o progresso da humanidade em geral, acredita o bilionário.

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“Se as pessoas cujos filhos estavam morrendo ou tinham desnutrição estivessem na sua vizinhança, você organizaria imediatamente um grupo e se prepararia para garantir que o problema fosse eliminado”, disse Gates à Bloomberg.

Gates concedeu a entrevista para promover seu 3º relatório anual, o Goalkeeper Report. O relatório, produzido pela Fundação Bill & Melinda Gates, acompanha o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030. A lista conta com 17 objetivos que englobam erradicar a miséria, reagir as mudanças climáticas e garantir igualdade de gênero.

De acordo com ele, uma região como o Sahel – um grupo de países da região da África subsaariana – tem maior probabilidade de enfrentar um problema como a mortalidade infantil. Uma criança dessa região, por exemplo, tem 55 vezes mais chances de morrer do que uma criança na Finlândia. A Fundação Bill & Melinda Gates planeja tornar essa estatística uma coisa do passado.

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“O mundo é rico o suficiente para que os medicamentos básicos – nada extravagante, nada super caro – cheguem a todas essas crianças”, afirma Gates. “Da mesma forma, em muitos países, as meninas ainda não estão recebendo quase a educação ou as oportunidades que os homens têm.”,

 “A igualdade de gênero é a chave para o crescimento econômico”

De acordo com a seção sobre igualdade de gênero do relatório, a mulher passa, em média, quatro horas por dia fazendo trabalhos não remunerados. Isso inclui cuidar dos filhos e manter a casa da família em ordem, por exemplo. Quando mulheres casam cedo, recebem e tem menos acesso a educação que os homens e obrigatoriamente devem cuidar sozinhas dos filhos, suas oportunidades vão se limitando ao longo do tempo.

Gates acredita que a igualdade de gênero é benéfica tanto para mulheres, quanto para homens, princialmente em termos de crescimento econômico. “Quando você faz isso direito, realmente melhora a vida de todos”, disse ele.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.