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SÃO PALO – O número de vagas de emprego criadas no primeiro semestre pelos bancos que operam no Brasil foi mais de quatro vezes maior que o verificado no mesmo período do ano passado. De acordo com levantamento da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), feito em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), foram criadas 9.048 postos entre janeiro e junho deste ano.
O número é resultado da diferença entre as 27.309 vagas criadas e os 18.261 desligamentos efetuados no período. A rotatividade dos bancários também aumentou, uma vez que, no primeiro semestre do ano passado, foram criadas 15.459 vagas e efetuados 13.235 desligamentos.
“A geração de novos postos de trabalho no setor financeiro é uma ótima notícia para a categoria bancária”, avalia o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Mas esse número ainda é insuficiente para melhorar as condições de trabalho dos bancários e a qualidade de atendimento dos clientes”, destaca.
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Rotatividade e salário
O aumento da rotatividade nos primeiros seis meses do ano tem preocupado. Para Cordeiro, os bancos estão usando a alta rotatividade para reduzir custos, demitindo bancários com salários mais altos para substituí-los por trabalhadores com remuneração menor.
Segundo ele, a rotatividade é um dos motivos que influenciaram a queda da massa salarial dos profissionais do setor. De acordo com os dados, a remuneração média no período caiu mais de 38% e variou de R$ 1.545,90 a R$ 2.348,26 entre os admitidos no período. Considerando a remuneração média dos desligados, ela foi de R$ 2.645,66 a R$ 3.673,10, conforme tabela abaixo:
Admissão, desligamento e remuneração média por região | ||||
---|---|---|---|---|
Região | Admitidos | Rem. Adm. | Desligados | Rem. Deslig. |
Norte | 814 | R$ 1.545,90 | 475 | R$ 2.645,66 |
Nordeste | 2.033 | R$ 1.787,98 | 1.616 | R$ 3.059,48 |
Sudeste | 19.265 | R$ 2.348,26 | 12.552 | R$ 3.673,10 |
Sul | 3.498 | R$ 1.893,37 | 2.436 | R$ 3.487,63 |
Centro-Oeste | 1.699 | R$ 1.759,85 | 1.182 | R$ 3.114,22 |
Fonte: MTE/Caged Elaboração: Dieese/Contraf-CUT |
Mulheres ganham menos
O levantamento ainda mostra que 54% dos postos criados foram ocupados por mulheres, ao passo que o restante foi ocupado por homens. Por outro lado, a remuneração média delas é menor. Considerando as admitidas, elas receberam em média R$ 1.800, contra R$ 2.574,23 dos homens. Entre as desligadas, a remuneração média ficou em R$ 2.923,82 no primeiro semestre, contra R$ 4.090,23 dos homens.