Após três quedas seguidas, nível de emprego volta a crescer em fevereiro

Segundo dados do Caged, foram gerados 9.179 postos, o que, segundo ministro do Trabalho, é sinal de reação do mercado

Ana Paula Ribeiro

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SÃO PAULO – Depois da perda de quase 800 mil postos de trabalho em todo o país, entre novembro e janeiro, o nível de emprego formal voltou a crescer, ainda que timidamente, em fevereiro. No mês passado, foi registrado um saldo positivo de 9.179 vagas, resultado da diferença entre 1,233 milhão de contratações e 1,224 milhão de demissões.

Os dados fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Ministério do Trabalho.

“A minha expectativa é que março será o mês da virada. O saldo negativo dos últimos três meses não se repetiu em fevereiro e eu acredito que a reação do mercado, a diminuição das demissões e o aumento do salário mínimo serão determinantes para que a geração de empregos se recupere mais ainda no próximo mês e tenhamos o acumulado de 2009 já positivo”, afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

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Por enquanto, embora tenha diminuído, o saldo dos dois primeiros meses de 2009 continua negativo em 92.569 vagas. Nos últimos 12 meses, por sua vez, o saldo está positivo em 1,011 milhão de postos, mais de duas vezes superior à média de toda a série do Caged para o mesmo período (486.479 empregos).

Crescimento setorial

Na análise mensal, cinco dos oito setores de atividades apresentaram desempenho positivo: Serviços, Construção Civil, Agricultura, Administração Pública e Serviços Industriais de Utilidade Pública.

O setor de Serviços obteve o quarto melhor resultado para o mês da série do Caged, com a criação de 57.518 postos de trabalho, impulsionado principalmente pelos ramos de Ensino (+35.389 postos), Alojamento e Alimentação (+13.355 vagas) e Serviços Médicos e Odontológicos (+5.66 postos).

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Em menor medida, a Construção Civil gerou 2.842 postos (+0,15%) e a Agricultura, 957 vagas (+0,06%).

Na outra ponta, os setores da Indústria de Transformação, com 56.456 empregos perdidos, concentrados em dez de seus 12 ramos de atuação, e do Comércio, com 10.275 demissões, são os destaques negativos.

Análise regional

Segundo os dados do Caged, os estados que apresentaram o maior número de vagas formais criadas foram Goiás (+8.058), Santa Catarina (+5.674) e Rio de Janeiro (+5.480). Já entre aqueles que registraram recuo, destacam-se Amazonas (-6.360), Rio Grande do Norte (-5.389) e Alagoas (-4.986).

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No conjunto das nove áreas metropolitanas, o nível de emprego ficou praticamente estável (+0,06%) no mês passado, com a geração de 8.664 postos de trabalho, resultado superior ao do interior (-0,04% e -4.419 vagas).

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney