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SÃO PAULO – A demanda por profissionais de alto nível – chefia intermediária, gerência, diretoria, CEOs e conselheiros de administração – cresce significativamente a cada ano, o que torna mais provável, de acordo com a consultoria especializada em gestão de capital humano DBM, um “apagão de talentos” no Brasil.
Em agosto, setembro e outubro deste ano, foram abertas 4,118 mil vagas para executivos, quantia que supera o dobro (+ 109%) do número de postos abertos no mesmo período do ano passado, de 1,968 mil. De agosto a outubro de 2005, por sua vez, foram 2,188 mil vagas disponíveis para profissionais do nível executivo.
“Trata-se de um resultado que mostra uma curva de crescimento forte frente aos dados dos últimos anos”, afirmou o presidente da DBM no Brasil, Marcelo Cardoso. Os dados fazem parte de pesquisa da consultoria que considera, principalmente, o movimento da região Sudeste, em especial nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
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“Apagão de talentos”
Embora a abertura de vagas seja positiva, em alguns setores já há lacuna de profissionais preparados para ocupar os cargos. O “apagão de talentos” tende a afetar áreas da economia com maior crescimento, como investimento, private equity, agronegócios, fusões e aquisições, além de marketing e vendas voltadas para as classes C e D, com demanda mais elevada
De acordo com o diretor de relacionamento da DBM, Cláudio Garcia, há várias empresas-chave demandando mais executivos e talentos do que conseguem localizar e contratar no mercado local. “Como resposta, algumas vêm trazendo de volta para o País profissionais que foram expatriados nos anos ou décadas anteriores”.
Ainda segundo o diretor, outras iniciaram programas de formação de talentos para o novo cenário da economia brasileira e começam a buscar gente até no ensino médio, o que é uma oportunidade para quem está em início de carreira.
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Setores
As empresas que mais contrataram executivos foram as industriais, de serviços, informática e produtos de consumo. “Juntas, elas responderam por 47,3% da demanda por executivos no período dos 10 primeiros meses deste ano”, informou a responsável pela pesquisa da DBM, Beth Barros.
No acumulado do ano até outubro, as áreas que demandaram executivos foram a de alimentos, farmacêutica, química e petroquímica, que responderam por 15,6% da abertura de vagas. Em contraposição, bens de capital, comunicação e eletrônica foram as com menor número de novos postos nos dez primeiros meses do ano.
Com relação às características das vagas, 61,7% eram com salário entre R$ 7 mil e R$ 15 mil. Outras 15,5% ofereciam menos de R$ 7 mil e 14,2% do total remuneravam entre R$ 15 mil e R$ 20 mil.