4 táticas para aprender qualquer coisa de forma eficiente

Especialista em neurociência deu algumas dicas de como agilizar seu aprendizado

Giovanna Sutto

Você pode aprender mais rápido se seguir as dicas da especialista

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BELO HORIZONTE* – A capacidade de aprender rápido e manter a informação guardada pode ser um dos segredos de uma carreira de sucesso. Embora esse processo não seja tão simples, há algumas formas de exercitar o cérebro a fim de melhorar o desempenho do aprendizado.

Barbara Oakley, professora de engenharia da Universidade de Oakland e especialista em neurociência, compartilhou algumas dicas sobre como aprender qualquer coisa de forma eficiente durante um evento da Hotmart, uma plataforma de cursos online, em Belo Horizonte

“Quando eu era criança me mudei diversas vezes, então minha sequência de aprendizado ficou muito segmentada. No caso da matemática, por exemplo, ficar sem uma ordem lógica das coisas pode atrapalhar muito. Então, eu simplesmente não estudava, não gostava”, lembra.

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Com essa trajetória ela tinha certeza que não seguiria para a área de exatas. “Então achei uma solução em que poderia aprender novas línguas e ainda seria paga para isso: entrei para o exército. Trabalhei na Rússia e fiz missões na Antártida. E aos 26 anos sai e decidi voltar a estudar matemática. Comecei com álgebra básica e hoje estou aqui”, contou.

Mas como a jovem que não entendia do assunto se transformou em uma especialista? Ela compartilhou algumas táticas que podem impulsionar o conhecimento. Confira:

Usar os dois modos do cérebro: focado e difuso

O modo focado do cérebro funciona como uma espécie de Pinball, explica a professora. “É como se cérebro tivesse os obstáculos do jogo instalados e a pessoa soubesse exatamente onde soltar a bolinha para encontrar as respostas que precisa”, diz. Isso acontece quando a pessoa está concentrada no que está estudando usando os caminhos já “salvos” para entender novos temas.

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Por outro lado, no modo difuso é como se esse padrão do Pinball não existisse no cérebro do indivíduo, por isso ele não sabe por onde levar a bolinha – é algo totalmente novo. “Por isso as ideias podem surgir do nada, a partir de novas conexões. Como quando você está tomando banho e tem um insight ou quando você deixa de estudar um tema porque não entendeu e se frustrou, mas, ao pegar o livro no dia seguinte, tudo parece mais claro. É o modo onde o aprendizado se consolida aos poucos”, explica.

Quando a pessoa aprende algo novo, o modo de trabalho difuso entra em ação para começar a distribuir novos padrões.

Assim, toda vez que for aprender é importante se concentrar durante muitos períodos curtos ao invés de um só longo. “O ideal é estudar um pouco do tema novo uma hora por dia durante muitos dias. Enquanto está concentrado o modo focado está em ação usando caminhos já conhecidos para entender o novo conceito, quando dá a pausa e volta a ter contato com o assunto somente no outro dia, o aprendizado vai se consolidando através do modo difuso – enquanto a pessoa não está dando total atenção ao tema novo. É um processo”, sugere.

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Foi assim que Barbara consolidou a matemática em seu aprendizado, a ponto de se tornar professora de engenharia. Mas lembra: “ninguém consegue trabalhar os dois modos ativos ao mesmo tempo”, por isso, é importante alternar os modos para resolver problemas mais complexos.

Descansar

Para o processo dos modos cerebrais funcionarem, uma boa noite de sono é fundamental. “É comprovado que as conexões entre neurônios são mais fortes enquanto dormimos. Por isso, é melhor descansar entre os períodos de estudo do que passar horas seguidas estudando – não é eficiente”, afirma a professora.

Segundo Barbara, é como se a pessoa construísse uma parede de tijolos sempre que descansa após um aprendizado. “Você aprende uma parte, que equivale a um tijolo, dorme – é como se passasse cimento. No outro dia faz a mesma coisa e assim por diante. Sua parede vai subir sólida, consistente. Mas se você quebrar o processo, uma parte ou outra ficará frágil e a estrutura cairá eventualmente”, diz.

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Aprender com metáforas

“Quando a pessoa está aprendendo, realiza uma série de sinapses nos neurônios. Para agilizar e fortificar esse processo, é muito mais fácil aprender sobre uma sequência de padrões já estabelecidas”, afirma a profissional.

Assim, é possível aprender algo novo usando uma informação que a pessoa já sabe no contexto que ainda não tem conhecimento. Por isso, a metáfora funciona.  “É exemplificar um tema complexo por meio de itens acessíveis ao cotidiano da pessoa”, diz.

Exercitar a memória de curto e longo prazo

Esses itens podem soar mais comuns. A memória de curto prazo, ou a de trabalho, como disse a professora, guarda informações que precisamos usar na hora, no dia a dia, enquanto a de longo prazo é uma espécie de armazém com informações mais relevantes para o indivíduo.

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“A memória de trabalho é como um polvo com seus tentáculos, que são usados para executar as memórias de longo prazo e criar novas memórias, novos links. Já a memória de longo prazo é um armário que guarda todos os links que já estão consolidados no aprendizado da pessoa”, explica.

“Quando você aprende algo de forma sólida e eficiente, cria esses links na mente e os coloca no armário da memória de longo prazo. E deixa lá para que a memória de trabalho pegue e execute quando necessário”, complementa Barbara.

Ainda, a memória de curto prazo tem um “limite” de quatro espaços ou informações por vez. Parece muito pouco, a julgar a quantidade de tarefas que se tem ao longo do dia. Mas o segredo a partir disso é otimizar cada um dos espaços, segundo a professora.

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“É possível guardar apenas um nome ou um dado complexo inteiro em um dos espaços. Depende de como a pessoa vai gerir isso. Para melhorar a capacidade da memória de trabalho para que ela seja mais eficiente é importante praticar. Quanto mais a informação for utilizada, mais a conexão irá se fortalecer fazendo com o polvo ache o link no armário mais rápido”, diz.

E uma das formas mais fáceis de praticar é testar conhecimentos, segundo a professora.

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* A repórter viajou a convite da Hotmart

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.