“Tem produtor que comprou fazenda de R$ 1 bi”, diz sócio da Riza, gestora de R$ 16 bi

Paulo Mesquita foi o convidado do terceiro episódio do Raiz do Negócio, parceria entre Infomoney e The Agribiz

felipesiqueira

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Em menos de seis anos de atuação, a Riza alcançou a marca de R$ 16 bilhões sob gestão. No terceiro episódio do Raiz do Negócio – parceria entre InfoMoney e The AgriBiz, a sua estrada entre o campo e a Faria Lima – o sócio e gestor do núcleo de agronegócios da gestora, Paulo Mesquita, falou sobre a trajetória da Riza, os fundos ligados ao agronegócio e o papel do mercado de capitais no financiamento do setor.

Para ilustrar o cenário do agronegócio brasileiro, Mesquita exemplifica: “Tenho produtores que, na semana passada, compraram uma fazenda de R$ 1 bilhão. A maioria do agronegócio brasileiro está bastante tranquila.”

O fundo Terrax (RZTR11)


O executivo destacou a importância do Fundo Terrax, voltado para a aquisição de propriedades agrícolas. Segundo ele, trata-se de um ativo que combina renda e valorização. E a estratégia, de acordo com o gestor, tem três lados.

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Primeiro, basicamente, eles compram a terra do produtor com um desconto – entre 40% e 50% do valor de mercado – e arrendam de volta. “Eu dou uma opção para ele recomprar essa terra pelo mesmo valor que eu adquiri no início e, para isso, ele paga um prêmio anual”, explicou, na entrevista. “A gente usa o equity da terra para fornecer capital de longo prazo.”

Paulo Mesquita, sócio da Riza (Foto: Fernando Lima/Infomoney)

E existe a opção também de compra em conjunto de uma terra. Se, por exemplo, o produtor quer adquirir uma propriedade por R$ 100 milhões, a Riza se associa a ele, que vai adquirir 10% da fazenda por R$ 50 milhões, enquanto que a casa paga o mesmo valor pelo resto da propriedade e arrenda a terra, com opção de compra total e pagamentos de prêmios anuais.

O terceiro foco é por meio de land equity, buscando terras mais baratas para transformá-la em ativo vendável em valores de mercado, para lucro. Isso ocupa cerca de 20% da estratégia da marca até o momento, mas é encarada como a mais rentável no longo prazo. “O mercado de fundos imobiliários demanda essa renda mensal. O investidor conta com isso. Se eu fosse simplesmente comprar terra para transformar e vender no futuro, eu não teria como ter esse fluxo de dividendos para o meu cotista.”

Valorização de terras e Fiagros


O executivo também comentou o alto potencial de valorização que existe para terras no Brasil. “Existe um valor muito grande de apreciação de terras no Brasil. Aqui você faz duas safras. E a gente ainda tem muito para desenvolver em termos de infraestrutura, para escoar essa produção”, afirmou.

A gestora também se consolidou na área dos Fiagros, instrumentos que conectam o investidor ao campo. Mesquita ressaltou que esses fundos representam uma alternativa interessante, mas que exigem análise criteriosa na hora do investidor olhar para este tipo de produto. “O que você deve observar é o histórico do gestor. Histórico é muito importante”, disse.