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Soja e milho vão ao menor patamar em quase 4 anos

Oferta em alta e demanda em queda criam tempestade perfeita para preços dos grãos

Alexandre Inacio

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Os preços da soja e do milho chegaram ao menor patamar em três anos e meio. Na bolsa de Chicago, as cotações da soja já acumulam queda de 6% em 30 dias, de 11% no ano e de 25% em 12 meses. O milho vai na mesma linha, 8% em 30 dias, 13% no ano e 38% em 12 meses.

Duas razões explicam esse cenário. A oferta e a demanda. Hoje, as duas pontas da lei que rege o mercado de commodities apontam para uma trajetória de queda nos preços. Na ponta da demanda, a China não tem dado sinais de aquecimento e se mantém fraca em suas compras.

Já na ponta da oferta, o mundo terá um aumento de produção. Ainda que o Brasil se depare com quebra em sua produção de soja, a retração será de “apenas” 6%. Do outro lado da fronteira, a Argentina vai dobrar a sua produção neste ano e voltar a produzir na casa dos 50 milhões de toneladas.

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Nos Estados Unidos, a safra se desenrola sem maiores problemas e a oferta está praticamente toda garantida. Para o ciclo 2024/25, a expectativa de área plantada é de um leve crescimento, de 4,6%. A soja roubará espaço do milho, que verá sua área encolher 3,8%.

Se do lado fundamentalista os preços dos grãos ainda não dão nenhum sinal de recuperação, os grandes especuladores do mercado seguem firmes em sua posição. O saldo vendido dos fundos em contratos de soja e milho é um dos mais elevados dos últimos tempos

Outro fator que pouco se tem falado no Brasil é o dólar. Dados da B3 mostram que a posição vendida em dólar de fundos locais é bastante elevada. A Faria Lima está apostando na queda da moeda americana, que seria outro fator de pressão para o agronegócio brasileiro.

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O motivo da aposta: entre março e maio é o período que os produtores tradicionalmente vêm ao mercado para vender sua produção e travar o câmbio. Exportar soja e milho significa dólares entrando no Brasil, logo, uma pressão sobre a moeda americana.