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Reforma tributária beneficia “um único CNPJ” entre as montadoras, diz VP da GM no Brasil

Para Fabio Rua, executivo de políticas públicas e comunicações da montadora, decisão de prorrogar incentivos para o Nordeste vai contra a isonomia no setor

Felipe Mendes

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Alguns pontos da tão propalada reforma tributária, promulgada no Congresso nesta quarta-feira (20), deixou um grupo de montadoras incomodado. Isso porque existe uma ideia por parte da GM, Toyota e Volkswagen de que o texto foi favorável ao grupo Stellantis, que produz modelos das marcas Fiat, Jeep e RAM em sua fábrica de Goiana (PE) – o artigo 19 da PEC da reforma amplia os benefícios e isenções fiscais para as montadoras alocadas no Nordeste e no Centro-Oeste.

“O que aconteceu foi a renovação de incentivos já concedidos há 26 anos para uma montadora por mais oito anos. Isso é uma incoerência com o discurso do governo de atrair investimentos e reindustrializar o país”, afirma Fabio Rua, vice-presidente da GM para o país, em entrevista ao IM Business.

Além da Stellantis, a medida beneficiaria a CAOA e a HPE Automotores, representante da Mitsubishi e da Suzuki no Brasil, mas que produzem em escala muito inferior se comparadas a Stellantis.

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“”Quem de fato se beneficia com essa medida é uma única montadora. A gente está falando de benefícios que somados de 2014 até agora já ultrapassaram R$ 50 bilhões para um único CNPJ. Então, foi uma escolha não a favor do Brasil, mas de uma montadora específica””

— Fabio Rua, vice-presidente da GM no Brasil

Em nota enviada ao IM Business, a Stellantis defendeu a medida e disse que a reforma trará um futuro mais próspero para o Brasil. “A Stellantis sempre defendeu medidas que colocassem o país no caminho do desenvolvimento e da competitividade. A Reforma Tributária de agora cumpre esse papel e encaminha o Brasil nessa direção, permitindo um futuro ainda mais próspero e menos desigual para o nosso país”, afirma.

A medida também teve apoio dos governadores que fazem parte do Consórcio Nordeste, que defendem que os investimentos na região trouxeram progresso social e em indicadores econômicos, de educação, de saúde, segurança e empregabilidade.

“A aprovação na íntegra do artigo 19 da PEC da Reforma Tributária permitirá a continuidade de investimentos e de expansão das cadeias produtivas. É um passo decidido e consciente para construir uma indústria nacional forte, que impulsiona o desenvolvimento regional e contribui para a expansão sustentável da economia brasileira”, afirma texto do consórcio enviado à imprensa na última sexta-feira (15), dia da votação do texto no Congresso.

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Para o VP da GM, o texto aprovado é uma contradição com o discurso de descarbonização e pró-transição energética do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A gente aprovou um texto que renova por mais oito anos incentivos para a produção de carros ‘sujos’. Isso passa um recado de que a preferência do país neste momento não é incentivar a eletrificação da frota, mas sim a fabricação de veículos a combustão”, afirma Rua. “Eu diria que no fim das contas o Brasil perdeu muito mais do que uma só empresa ganhou com essa decisão.”

IM Business

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