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Para CEO da Vittia, “luz no fim do túnel ainda não apareceu”

Wilson Romanini vê queda dos preços e margens menores diante de cenário nebuloso para o agronegócio em 2024

Alexandre Inacio

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Excesso de oferta no mercado, queda nos preços dos produtos e margens mais apertadas. Esse foi o cenário traçado pelo CEO da Vittia Fertilizantes (VITT3), Wilson Romanini, para o segmento de insumos biológicos em 2024, durante a conferência com analistas e investidores.

Para quem esperava por sinais de recuperação nos próximos meses, após a companhia entregar uma queda de 34% em seu lucro em 2023, o recado do executivo foi bastante claro: “A luz no final do túnel ainda não apareceu”.

“Não podemos vender uma fantasia para vocês [do mercado]. O produtor está mais receoso para investir e retraído a tecnologias que custam mais”, disse Romanini.

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Diante do cenário nada animador, o executivo disse que não trabalha para ver suas margens corroídas, porém, admite que a companhia ainda enfrentará queda de preços e de margens em 2024.

No ano passado, a Vittia viu sua margem Ebitda encolher 6,9 pontos percentuais, para 18,7%. Na última linha, a margem líquida foi de 12,9%, uma retração de 4,4 pontos.

Ainda que o quadro pintado por Romanini para o mercado não seja dos mais positivos, ele identifica sinais de amadurecimento no segmento. Para ele, a queda dos preços vai tirar do mercado as empresas menos eficientes, que surfaram o boom do crescimento anual de dois dígitos dos produtos biológicos durante os últimos anos.

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“Certas tecnologias vão virar commodities e vamos ver uma falta de entrantes no mercado. Estamos preparados para enfrentar o momento. Sabemos produzir com bons preços”, disse Romanini.

Agora, a Vittia trabalha para fazer com que o produtor perceba o valor das tecnologias entregues. Uma das estratégias passa por diversificar as vendas e centrar esforços em culturas que demonstram maior potencial de investimento, como a cana-de-açúcar. A empresa ainda concentra a maior parte dos seus negócios nos grãos e no Centro-Oeste.

“Tínhamos uma expectativa de crescimento grande, mas a adoção [das tecnologias da Vittia] foi mais baixa do que o potencial que enxergamos”, disse Alexandre Del Nero Frizzo, CFO e diretor de relações com investidores da Vittia.

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A aposta teve seu preço. As despesas gerais, com vendas e administrativas da companhia aumentaram 21% no ano passado e chegaram a R$ 176,2 milhões. Na avaliação de Frizzo, não será possível fazer grandes cortes em 2024 e os gastos ficarão no mesmo patamar de 2023.

“Temos como meta gastos parecidos com 2023. Já reduzimos os times e as verbas para desenvolvimento de mercados, mas não desmontamos a estrutura que criamos”, disse Frizzo.