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O “casamento” entre Rede D’Or e Bradesco – e o que isso tem a ver com crise na saúde

Setor busca saídas ao aumento de custos e à maior sinistralidade; caminho mais curto tem sido a união entre rivais

Taís Laporta

Rede D'OR - São Luiz - Jabaquara (SP)

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Concorrentes até então, a Rede D´Or (RDOR3) e a Atlântica Hospitais e Participações, braço do Bradesco Seguros (BBDC4), se uniram para criar a rede de hospitais Atlântica D’Or. A joint venture nasce de um movimento de forte consolidação na saúde, já observado há bons anos. O setor busca saídas ao aumento de custos e à maior sinistralidade e um dos caminhos é aproximar-se dos rivais. Agora, dois competidores de peso buscam extrair sinergias dessa união.

A parceria começa, a princípio, com três novos hospitais da bandeira São Luiz, em Guarulhos e Alphaville, na Grande São Paulo, e em Macaé, no Rio de Janeiro. Para o futuro, a ideia é explorar novas praças como as cidades de Taubaté e Ribeirão Preto, no interior paulista, onde estão ativos ofertados à Atlântica Hospitais na parceria. O valor do investimento nos hospitais em construção é estimado em R$ 1,156 bilhão. A conclusão da parceria ainda depende do aval regulatório.

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“Esse movimento fortalece a presença da Rede D’Or, que, como outros hospitais, enfrenta várias pressões em seu desempenho devido às dificuldades do setor de saúde, tanto em níveis setoriais quanto macroeconômicos”, aponta Caritsa Moreira, analista da VG Research. Ela avalia como positiva a sinergia que pode ser gerada da união. A expectativa, diz, é que isso se traduza em melhor prestação de serviços, aumento do número de leitos, otimização e complementaridade das estruturas. 

Consolidação em fase final?

O setor de saúde passa por uma maré de aquisições e o surgimento de novos grupos desde pelo menos o início da pandemia. Agora, essa consolidação, que já era uma tendência, passa por uma fase de concretização ao envolver players cada vez maiores, como é o caso de Bradesco e Rede D’Or. 

Em 2022, a Rede D’Or adquiriu a operadora de saúde SulAmérica, avaliada à época em R$ 13 bilhões. Antes disso, já vinha comprando redes menores de hospitais. A aquisição foi noticiada apenas alguns dias após a fusão entre Hapvida e Notre Dame Intermédica ser concluída.

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“Espera-se que essa colaboração resulte em uma coordenação aprimorada dos cuidados, redução de custos operacionais, otimização de recursos e uma oferta mais integrada de serviços de saúde para os pacientes”, aponta Caritsa.

A expansão tem sido uma saída para as empresas do setor otimizarem custos e tentarem impulsionar a rentabilidade e se manter competitivas por mais tempo diante de uma forte concorrência.Agora, resta saber se esse movimento vai se refletir em mais opções ao consumidor e preços menos elevados.