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Liberação de crédito rural da Cresol cresce mais de 50%, mas meta para a safra não será alcançada

Quebra climática e baixa de preços dos grãos reduzem ritmo de crescimento

Fernando Lopes

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Embora continue a manter um ritmo forte de desembolsos de crédito rural nesta safra 2023/24, a Cresol, instituição financeira cooperativa com origem no Paraná, dificilmente alcançará a marca de R$ 15 bilhões em toda a temporada, como previa quando o plantio de grãos teve início no país, em setembro. Os problemas climáticos que prejudicam a produção de grãos em diversas regiões e a queda das cotações de soja e milho preocupam os agricultores, e as contratações de recursos, sobretudo para investimentos, perderam ímpeto.

“O cenário está mais difícil. O produtor está motivado, mas com um olhar mais cauteloso”, afirmou Adriano Michelon, vice-presidente da Cresol Confederação, ao IM Business. No primeiro trimestre da safra, entre julho e setembro, as liberações de crédito da instituição, puxadas por contratações para custeio, atingiram quase R$ 6 bilhões, praticamente 50% mais que em igual intervalo do ciclo anterior, mas a meta de R$ 15 bilhões traçada representa um incremento de 80% na comparação com o total emprestado em 2022/23 como um todo (R$ 8,3 bilhões).

Adriano Michelon, vice-presidente da Cresol Confederação (Foto: Divulgação)

Segundo Michelon, para a Cresol a conjuntura adversa no campo não tem se traduzido em aumento de inadimplência, e até agora não foi preciso programar provisões extras para lidar com problemas de pagamento. “Boa parte dos nossos negócios é na região Sul, que sofreu menos com o clima. E nossos clientes, grande parte de pequeno e médio portes, normalmente contam com seguro ou Proagro”, explicou o executivo.

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Já o objetivo da Cresol de fechar 2024 com 1 milhão de associados no país caminha bem. No início da temporada, eram 870 mil, e atualmente já são mais de 900 mil. Sicredi, com mais de 6,5 milhões de associados, e Sicoob, que já superou o patamar de 7 milhões, são as maiores instituições financeiras cooperativas brasileiras. Com a chegada no Pará e no Maranhão em 2023, a Cresol passou a estar presente em 19 Estados do país. Neste ano, Amazonas e Tocantins também deverão entrar na lista, no segundo semestre.

O segmento rural responde por cerca de 50% das operações de crédito da Cresol, os recursos repassados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) são a fonte da maior parte dos contratos do grupo – na safra 2022/23, representaram mais de 50% do total. Do ponto de vista do fluxo de entrada desse dinheiro, Michelon não vê interrupções pela frente. “Estão sobrando recursos no BNDES”, disse ele.   

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