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Justiça dos EUA determina que Bayer pague US$ 2,25 bi em indenização por herbicida

Bayer tem afirmado que décadas de estudos mostram que o Roundup e seu ingrediente ativo, o glifosato, são seguros para uso humano

Reuters

Logo da Bayer (REUTERS/Wolfgang Rattay/Arquivo)

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A Justiça dos Estados Unidos determinou nesta sexta-feira (26) que a Bayer pague US$ 2,25 bilhões a um homem da Pensilvânia que afirma ter desenvolvido câncer devido à exposição ao herbicida da empresa Roundup, informaram os advogados do reclamante.

Um júri em um tribunal da Filadélfia, nos Estados Unidos, concluiu que o linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer, de John McKivision foi resultado de anos de uso do herbicida Roundup pelo homem para trabalhos no jardim de sua casa.

O veredito inclui US$ 250 milhões em danos compensatórios e US$ 2 bilhões em danos punitivos.

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“A decisão de danos punitivos pelo júri envia uma mensagem clara de que esta corporação multinacional precisa de mudanças de cima a baixo”, disseram Tom Kline e Jason Itkin, advogados de McKivision, em comunicado conjunto.

Em comunicado, a Bayer disse que discorda “do veredito adverso do júri que entra em conflito com o peso esmagador de evidências científicas e avaliações regulatórias e científicas mundiais, e acredita ter argumentos sólidos em um recurso para reverter esse veredito e eliminar ou reduzir a compensação excessiva e inconstitucional”.

A Bayer acrescentou que algumas compensações por danos anteriores foram reduzidas em mais de 90%.

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Bayer: empresa alemã assumiu passivos judiciais da Monsanto, após adquirir a empresa em 2018 (REUTERS/Wolfgang Rattay/Arquivo)

O veredito ocorre após cinco outras vitórias recentes no final do ano passado por autores que processaram a Bayer por causa do Roundup, embora a empresa tenha ganhado o julgamento mais recente em dezembro, assim como uma série de processos anteriores. No total, a empresa venceu dez dos últimos 16 julgamentos relacionados ao herbicida.

Cerca de 165 mil queixas foram feitas nos EUA contra a empresa por lesões pessoais supostamente causadas pelo Roundup, que a Bayer integrou como parte de sua aquisição da empresa agroquímica Monsanto, em 2018, por US$ 63 bilhões. A maioria dos autores, como McKivision, alega que o produto os fez desenvolver linfoma não-Hodgkin.

A Bayer tem afirmado que décadas de estudos mostram que o Roundup e seu ingrediente ativo, o glifosato, são seguros para uso humano.

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O Roundup está entre os herbicidas mais amplamente utilizados nos EUA, embora a empresa tenha gradualmente encerrado suas vendas para uso doméstico no ano passado.

Em 2020, a Bayer resolveu a maioria dos casos pendentes do Roundup na época por até US$ 9,6 bilhões, mas não conseguiu obter um acordo que cobrisse casos futuros. Mais de 50 mil queixas ainda estão pendentes.