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JBS anuncia investimentos de R$ 15 bi no Brasil até 2026

Contudo, R$ 12 bilhões estão condicionados ao sucesso da dupla listagem das ações da companhia nos EUA

Alexandre Inacio

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O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, anunciou nesta sexta-feira que o grupo investirá R$ 15 bilhões apenas no Brasil até 2026. O valor é cinco vezes maior que o anunciado recentemente pela J&F – holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que controla a JBS -, que previa R$ 3 bilhões.

A declaração foi dada por Tomazoni durante seu discurso na inauguração das novas fábricas de salsicha e empanados no complexo industrial da empresa em Rolândia (PR). Ele falou para uma plateia de autoridades, entre elas o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin.

Da esquerda para a direita: Wesley Batista, Lu Alckmin, Geraldo Alckmin e Joesley Batista (foto: Divulgação)

Pelo menos 80% do investimento está condicionado ao sucesso do projeto de dupla listagem das ações da companhia. Anunciado há três meses, o plano prevê a negociação dos papéis tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, mas ainda depende de aprovação dos acionistas.

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O BNDES ainda mantém 20,81% das ações da JBS no portfólio de investimento do BNDESPar. Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços, o banco estatal estava ali representado pelo chefe da Pasta, Geraldo Alckmin

“O grupo J&F anunciou um investimento de R$ 38 bilhões até 2026. Nós, da JBS, estamos com um projeto de dupla listagem [das ações]. Se o nosso projeto for bem-sucedido, o investimento não será de R$ 38 bilhões, mas será de R$ 50 bilhões, com 50 mil postos de trabalho adicionais”, disse Tomazoni.

A JBS ficaria responsável por gerar 20 mil desses novos postos. O restante seria distribuído pelas demais empresas do grupo como a Eldorado Brasil (celulose), Flora (higiene & limpeza), PicPay (pagamentos) e a J&F Mineração.

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O plano da JBS de ver suas ações negociadas no mercado americano não é novo. A primeira tentativa ocorreu em 2016, quando a ideia previa transferir a sede fiscal para a Irlanda e a listagem dos papéis nos Estados Unidos. 

À época, o projeto enfrentou resistência do BNDES, que tinha uma participação maior que a atual e poder de veto sobre a decisão, graças ao acordo de acionistas então vigente. Com o fim do acordo de acionistas, o banco estatal não tem mais essa condição, mas possui ações suficientes para influenciar o projeto.

Em uma tentativa de angariar o máximo de votos favoráveis à dupla listagem, a JBS comunicou, no mês passado, uma alteração na estrutura do projeto. A companhia informou que os detentores de American Depositary Receipts (ADRs) da empresa também terão direito  a voto na assembleia geral extraordinária que deliberará sobre a transação.

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Segundo a empresa, a mudança foi solicitada pelos próprios detentores das ADRs. Na prática, o número de votantes pode ser decisivo no placar da votação. Quanto maior ele for, menor é o peso do BNDES na decisão, uma vez que os controladores não poderão votar.