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Como as gerações mais jovens estão mais preparadas para a aposentadoria?

Relatório da gestora do Goldman Sachs aponta que os mais velhos não estão tão confiantes em ter guardado recursos

Alicia Adamczyk Fortune

(Foto: Glen Kelp/Pixabay)
(Foto: Glen Kelp/Pixabay)

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Os Millennials e a Geração Z estão notoriamente “por conta própria” quando se trata de poupar para a aposentadoria, com praticamente nenhum acesso a pensões e poucas expectativas de contar com a Previdência Social. Ironicamente, é exatamente esse pessimismo que pode estar os ajudando.


Isto é o que diz um novo relatório da Goldman Sachs Asset Management, que pesquisou mais de 5,2 mil pessoas de diferentes gerações, tanto ativas no mercado de trabalho quanto aposentadas. O relatório, que analisou vários obstáculos que impedem o acúmulo de poupança para a aposentadoria entre os baby boomers, a Geração X, a Geração Y e a Geração Z, revelou que as gerações mais jovens têm muito mais confiança em sua capacidade de alcançar seus objetivos.

Cerca de 45% dos entrevistados da Geração X afirmam estar atrasados em suas economias para a aposentadoria. Com a chegada dos planos de aposentadoria conhecidos como 401(k), aquela geração (e os boomers mais jovens) foi a primeira a começar a poupar em grande parte por conta própria, o que resultou em uma escassez de economias; a Goldman os denomina de geração do “experimento 401(k)”. O relatório afirma que algumas pessoas da Geração X — o mais velho fará 60 anos ano que vem — estão se aposentando antes do esperado, não porque tenham os recursos para isso, mas devido às suas necessidades de saúde ou de prover cuidados a familiares.

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Os baby boomers também não estão tão confiantes em ter guardado o suficiente para a aposentadoria como seria de se esperar, dadas as manchetes sobre sua riqueza sem precedentes. Atualmente com 60 a 78 anos de idade, eles também dizem que estão se aposentando mais tarde do que as gerações passadas, uma tendência já demonstrada por pesquisas anteriores. Alguns simplesmente precisam trabalhar mais tempo para receber um salário, enquanto outros, impulsionados pela boa saúde e maior expectativa de vida, desejam permanecer na força de trabalho o maior tempo possível.

“A transição do 401 (k) está pesando muito para a Geração X e para os baby boomers que permanecem no mercado de trabalho, e muitos norte-americanos que estão trabalhando têm demorado muito para se adaptar ao novo sistema de aposentadoria, alguns demais”, comenta o relatório da Goldman. “Muitos podem não ter estratégias claras sobre quanto poupar, como investir e quando poderão se permitir aposentar.”

Outro estudo recente mostrou que mais de 50% dos chamados “boomers de pico”, ou seja, aqueles que estão chegando à idade tradicional de aposentadoria, acumularam US$ 250 mil ou menos, o que significa que eles provavelmente esgotarão quaisquer ativos que tenham acumulado e serão dependentes da Previdência Social. As mulheres dessa geração estão se dando pior do que os homens, tendo poupado cerca de 30% a menos do que eles, e os boomers hispânicos e negros têm bem menos riqueza do que os aposentados brancos.

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‘Seja consciente’



As gerações mais jovens, entretanto, não têm ilusão de que podem simplesmente depender de contribuições externas para reforçar suas aposentadorias. Assim, começaram a poupar por conta própria muito mais cedo do que as gerações anteriores: nascida entre 1997 e 2012, a Geração Z possui uma poupança média para aposentadoria de US$ 29 mil, e 68% acreditam estar no caminho certo, um número significativamente maior do que a Geração X ou os boomers, de acordo com a Goldman.
Essas são notícias promissoras. O relatório explica a grande diferença que a primeira década de poupança pode fazer no tamanho total do pé-de-meia da pessoa. De acordo com os cálculos da Goldman, presumindo um salário inicial de US$ 50 mil com aumentos salariais na casa de 2% a cada ano, contribuições de 5% tanto do empregado quanto do empregador, e um retorno anual de 6%, as economias feitas durante os primeiros dez anos de carreira podem resultar em poupanças 67% maiores quando comparadas às de alguém que esperou mais para investir.

Mesmo assim, pode ser necessário colocar isso em perspectiva. O relatório reforçou novamente a visão de que uma grande parte da Geração Z quer se aposentar cedo: 44% disseram que querem deixar a força de trabalho antes dos 60 anos de idade, enquanto 14% disseram que pretendem se aposentar quando tiverem entre 65 e 69 anos. Mas esse é um objetivo que pode ser difícil de alcançar na economia atual, especialmente devido aos aumentos na expectativa de vida que podem prolongar os períodos de aposentadoria por uma década ou mais.

“A Geração Z deve estar consciente de que se ela não se preparar no início da carreira, poderá ser muito difícil alcançar essa meta”, explica o relatório.
‘Vórtice financeiro’

Os millennials mais velhos, que hoje se aproximam da meia idade, estão enfrentando uma confluência de fatores que a Goldman chama de “vórtice financeiro”: combinações de pagamentos de empréstimos estudantis, dívidas com cartões de crédito, custos de cuidados infantis, despesas com a compra da casa própria e com o provimento de cuidados aos pais ou familiares idosos estão reduzindo as possíveis poupanças para a aposentadoria. (Notavelmente, a Geração Z não está muito atrasada.)

Ainda assim, os millennials continuam sendo a geração mais confiante em sua capacidade de se aposentar: 69% disseram que estão no caminho certo ou já tem mais economias do que o previsto, enquanto 43% estão muito confiantes de que atingirão seu objetivo, em comparação com 25% da geração X e 22% dos boomers que trabalham.

Isso é impressionante para uma geração que tem lidado com um revés financeiro atrás do outro, bem como com custos cada vez maiores para necessidades como habitação e cuidados infantis. Pesquisas recentes realizadas pelo Federal Reserve revelaram que os millennials, pelo menos os mais ricos, estão tendo muito êxito em acumular riqueza.

Em alguns sentidos, está sendo mais fácil para alguns deles: eles aprenderam com as gerações mais velhas, mas também tiveram mais e melhores opções para economizar para a aposentadoria, como inscrição automática, disse à Fortune Chris Ceder, estrategista de aposentadoria sênior da Goldman Sachs Asset Management.

“Essas gerações estão sendo mais proativas em seu planejamento para a aposentadoria e estão aproveitando os recursos disponíveis”, acrescentou Ceder.

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