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De olho no aumento da demanda, Porto de Itapoá investe R$ 750 milhões em ampliação de capacidade

Terminal integra o segundo maior agrupamento de portos de contêineres do país

Lucinda Pinto

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O Porto de Itapoá, em Santa Catarina, vai inaugurar nas próximas semanas a expansão de sua estrutura física, obra que dele elevar em cerca de 50% sua capacidade operacional. O investimento, de R$ 750 milhões nessa etapa, vem atender à perspectiva de aceleração da atividade do terminal de contêineres, que fechou 2023 com um movimento de 1 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

Itapoá é um dos quatro terminais que compõem o chamado cluster sul, juntamente com Paranaguá, Itajaí e Navegantes.  Trata-se do segundo maior grupamento de portos de contêineres no Brasil, perdendo apenas para o de Santos.  Seus sócios são a Maersk, com 30% do capital, e a holding Portinvest, com 70%. A gestora BRZ detém 49% da holding por meio de três fundos de private equity.

Segundo Ricardo Propheta, sócio da BRZ, a obra de expansão amplia o pátio de 300 mil para 455 mil metros quadrados. A obra inclui um armazém, que permitirá que o importador guarde a carga e faça o desembaraço alfandegário de forma aos poucos. Parte dessa área já está operacional, e o restante aguarda a finalização de questões burocráticas para ser utilizada.

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“O mercado de portos tem se desenvolvido muito, a um ritmo acelerado, e por isso os planos de expansão que seriam para 2025 foram antecipados”, explica Propheta. Além da área física, o terminal ganhou novos equipamentos, como um portêiner e cinco RTGs híbridos controlados remotamente. “Estamos na briga dos novos terminais. Itapoá já nasceu moderno, seria competitivo em qualquer lugar do mundo. A diferença em relação a portos da Ásia é o tamanho, já que o mercado brasileiro é bem menor”, afirma.

A BRZ tornou-se investidora no Itapoá ainda na fase de sua construção, em 2007. Como uma gestora de fundos alternativos, com um pilar de private equity, captou um fundo voltado para logística em 2006, do qual o porto foi o primeiro ativo. A empresa de navegação Hamburg Süd – comprada depois pela Maersk em 2018- entrou como sócia inicialmente. Quatro anos depois, o porto entrava em operação – o primeiro contêiner foi movimentado em meados de 2011.  

O porto de Itapoá, mesmo com o porte menor do que seus pares da região, vem crescendo a ritmo acelerado. Em 2018, o terminal havia concluído a expansão de sua capacidade de 500 mil para 1,2 milhão de TEUs, que foi praticamente toda utilizada no ano passado. Daí a necessidade de acelerar o projeto, que conferiu 600 mil TEUs adicionais ao porto. “Ocupar essa capacidade adicional leva tempo, porque é preciso que as empresas redirecionem suas cargas, assim como as companhias de navegação ajustem suas rotas”, diz Propheta.

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A obra foi financiada em parte pela emissão de uma debênture de R$ 750 milhões em dezembro de 2021 – operação que teve por objetivo também o alongamento da dívida do porto. A outra parte foi bancada pelo fluxo de caixa da companhia. “A gente tem planos de continuar expandido o porto, que atende a uma região economicamente muito ativa, rica tanto em termos de cidades como de indústrias exportadoras”, diz Propheta. Segundo a companhia, o plano é investir mais R$ 2 bilhões nos próximos 10 anos em expansão.

Ele observa que, em tese, um porto de contêiner não tem uma vocação para um produto específico. Mas  a localização geográfica acaba levando à presença mais constante de alguns produtos, como celulose, carga frigoríficas e automóveis.

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Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.