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CSU amplia base de investidores institucionais e planeja entrada nos EUA

Empresa mapeia potenciais aquisições em solo americano conforme ganha “chancela” no mercado de capitais

Iuri Santos

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Após cinco anos de reestruturação no seu portfólio de serviços e construção de um melhor relacionamento com investidores institucionais, a CSU Digital, que atua no segmento de tecnologia para o setor financeiro, pretende consolidar seu novo modelo de negócios em 2024. Com aumento de margens, em função da automação de serviços, e expansão da presença em novos canais — como o varejo —, a empresa também começou a planejar a chegada, via M&A, no mercado dos Estados Unidos.

“Ainda não temos nenhuma tratativa [para fusões e aquisições]. Estamos mapeando o mercado, mas têm coisas boas. É algo que vamos estruturar com mais propriedade daqui para frente”, diz o CFO e diretor de relações com investidores da companhia, Pedro Alvarenga. Para o executivo, uma janela de oportunidade se abre na medida em que o mundo começa a enfrentar problemas que, em grande medida, fomentaram a inovação na indústria financeira brasileira, como inflação e altas taxas de juros. 

A CSU Digital já possui um escritório e representação nos Estados Unidos, mas ainda é cautelosa sobre os passos para a exportação dos seus serviços. Mas uma eventual aquisição, de uma empresa com carteira de clientes e estrutura comercial consolidadas, pode facilitar a entrada no país, onde o mercado de pagamentos é aproximadamente dez vezes superior ao brasileiro. “Mas o oposto é verdadeiro. Há uma diferença cambial importante em uma aquisição como essas, e nós não queremos errar”, diz Alvarenga. 

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O plano ganha tração enquanto a companhia busca corrigir o que considera “assimetrias” entre seus resultados e o valor de suas ações no mercado. A CSU Digital vê uma sequência de melhorias em suas margens em função de investimentos em automação — especialmente no seu produto de atendimento ao cliente. Seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) alcançou o recorde de R$ 46,5 milhões no terceiro trimestre de 2023, aumento de 9,8% na comparação com o mesmo período de 2022. Isso levou a uma elevação da margem Ebitda de 4,0 p.p. (pontos percentuais), para 35,1%.

Há anos, no entanto, o cenário é de baixa liquidez nas negociações das ações da CSU Digital na B3 e de uma base acionária historicamente mais atrelada a investidores de varejo. Essa dinâmica, avaliam especialistas, acaba por diminuir a “chancela” dos movimentos da empresa no mercado. “Até para fazer M&A, lá atrás, estava difícil. Nosso múltiplo é de duas a três vezes menor que o da indústria. Como se justifica uma aquisição, em um múltiplo maior que o seu, de uma empresa que, às vezes, nem entrega tanto resultado quanto o seu? Então até para isso estava difícil, e esse problema começa a diminuir”, afirma o CFO.

Desde que chegou à CSU Digital, Alvarenga viu o preço dos papéis da empresa subir da faixa de R$ 9 para R$ 19, e as negociações diárias de ações saltarem de 500 mil por dia para 1,5 milhão. Para melhor a relação da empresa com investidores institucionais, o executivo tem ampliado a agenda de encontros com fundos e bancos de investimento. Nos últimos 18 meses, a participação acionária institucional na CSU subiu de 28,6% para 50%. A gestora Real Investor, por exemplo, elevou sua participação na empresa de 5%, em setembro de 2022, para 9,4% hoje.

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Sede da CSU Digital em Barueri (Foto: CSU/Divulgação)

Todo esse processo acompanhou uma reestruturação interna das unidades de negócio da companhia. Do lado dos produtos tradicionais, em serviços de operação de cartões de crédito, loyalties e experiência do cliente – responsáveis por 90% dos resultados -, houve uma preocupação com a transformação dos meios de pagamento do plástico para carteiras e cartões digitais. A empresa adaptou sua linha de produtos para se adequar ao desenvolvimento de soluções completamente virtuais.

Com investimentos em automação, seja de produtos ou de processos internos, a empresa afirma que tem conseguido repassar menores preços aos clientes e reduzir seus próprios custos. O efeito dessa redução é uma manutenção das receitas, com aumento em margens de ganhos operacionais. “Temos visto a empresa aumentar o Ebitda recorrentemente. O não crescimento de receita, pela redução dos valores repassados, passa uma impressão errada sobre o real crescimento da companhia”, aponta Philip Soares, analista da Órama Investimentos.

Em outra linha, focada na expansão de portfólio, a CSU Digital tem se adaptado à demanda por digitalização em novos produtos financeiros, com uma plataforma mais “agnóstica” para moedas, arranjos de pagamento e canais. “Entramos no mundo de embedded finance. Montamos toda a infraestrutura bancária para simplificar o acesso de empresas. Se ela quiser oferecer pontualmente serviços financeiros é possível, mas em última instância, ela pode até se transformar em um banco digital”, descreve Pedro Alvarenga.

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A empresa viu a receita líquida somar R$ 132,4 milhões no terceiro trimestre de 2023, recuo de 2,9% na comparação com o mesmo período de 2022. O lucro líquido apurado foi de 28,4% no na comparação anual, saindo de R$ 18,5 milhões para R$ 23,7 milhões.

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