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Há uma década, mesmo o setor de marketing de uma gigante como a Coca Cola (COCA34) poderia encontrar dificuldades para responder a uma simples pergunta: “O que as pessoas de fato querem assistir?”. Diante do crescente apelo da internet na publicidade, um diretor criativo da companhia do setor de bebidas decidiu que tentaria dar essa resposta — e transformou isso em um negócio.
Mesmo antes da inteligência artificial se tornar o tema do momento no setor de tecnologia, Gian Martinez — então diretor criativo na Coca Cola — e outros dois cofundadores, Erich Oliveira e Carlos Camolese, decidiram criar a Winnin, empresa por trás de uma ferramenta que gera informações sobre o comportamento de consumo de vídeos em plataformas como YouTube, Instagram, TikTok e Twitch.
Os primeiros passos foram dados ainda dentro da proprietária do mais famoso refrigerante do mundo, por meio do programa de startups Founders. A Coca, que hoje não tem mais participação na empresa, chegou a ser sócia e financiou uma etapa seed da companhia.
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“Mesmo a Coca Cola, com todos os recursos que tinha de empresas pesquisa, ferramentas, agências globalmente, não conseguia responder uma pergunta simples do que as pessoas realmente querem assistir, com o que elas querem engajar”, conta o COO Carlos Camolese. Naquele momento, em 2014, redes sociais como o Instagram começavam a permitir vídeos em sua plataforma e os recursos para publicidade já se fragmentavam mais entre televisão e plataformas.
Demoraram cinco anos até desenvolver a plataforma que hoje está no mercado. Basicamente, a companhia gera insights com base em dados abertos de vídeos online, como comentários, curtidas, número de visualizações e temas abordados pelo criador de conteúdo.
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“Nós conseguimos mapear quem assiste certos assuntos através do efeito de rede. Pelos comentários das pessoas, vídeos que são postados”, diz Camolese. Se uma pessoa comenta em um vídeo sobre futebol, por exemplo, a plataforma consegue cruzar seus outros comentários em conteúdos diferentes e identificar gostos similares. A partir daí, ela agrupa os perfis e supre as áreas de marketing com informações cada vez mais específicas.
E não são clientes pequenos. Com foco em grandes corporações, a própria Coca Cola é uma das que contrata a ferramenta até hoje, junto a exemplos como Google, Unilever, Netflix, Globo, Danone, Mondelez.
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Recentemente, a companhia também chamou a atenção da AWS ao ser selecionada para participar do Global Generative AI Accelerator, programa de apoio da linha de serviços de computação em nuvem da Amazon, em uma lista de 80 empresas.
Como prêmio, a Winnin receberá US$ 200 mil em créditos da AWS para desenvolver, aprimorar e testar soluções, um valor bem-vindo para uma companhia que processa diariamente informações de mais de 2 milhões de vídeos em uma base que conta com bilhões de registros.
Neste ano, a empresa passou pela sua rodada de captação série A com os fundos Alexia Ventures e Kaszek, em um valor não revelado. Uma janela de 12 a 18 meses é a esperada para uma nova rodada.
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Com uma meta ambiciosa, baseada a na curva de crescimento de um Unicórnio — empresas que atingem uma avaliação de US$ 1 bilhão antes de abrir capital –, a Winnin triplicou seu faturamento em 2020 e dobrou de tamanho consecutivamente nos anos seguintes.