Conteúdo editorial apoiado por

Créditos de carbono estimulam restauração de solo degradado em fazenda no Rio de Janeiro

Projeto liderado pela startup Morfo alivia custo para o proprietário

Fernando Lopes

Publicidade

Restaurar solos degradados em áreas privadas e gerar créditos no mercado voluntário de carbono a partir desse trabalho. Com essa proposta, a startup franco-brasileira Morfo e a ONG Instituto Terra e Preservação (ITPA) deram início no ano passado, no município fluminense de Vassouras, a um projeto envolvendo 19 hectares que é o primeiro do gênero dos parceiros no país.

A área em questão está dentro da Fazenda das Palmas, adquirida em 2010 pelo banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga, falecido em 2021, e reestruturada para produzir cana para a produção da cachaça da marca Pindorama – hoje administrada por herdeiros de Braguinha. No último trimestre de 2023, os 19 hectares escolhidos para a restauração, exauridos antes de 2010, já receberam mudas e sementes nativas da Mata Atlântica.

Segundo Gregory Maitre, CEO da Morfo Brasil, o projeto começou quase seis meses antes, com visitas de campo e coleta de dados para a definição das melhores alternativas para a semeadura. Os proprietários não arcaram com os custos do plantio, que pode variar de R$ 15 mil a R$ 50 mil por hectare, já que os trabalhos foram 100% financiados pela Morfo com parte da pré-venda de créditos de carbono.

Continua depois da publicidade

Gregory Maitre, CEO da Morfo Brasil (foto: Divulgação)

“Num projeto como esse, nosso objetivo é reproduzir o melhor ecossistema possível, com o uso de tecnologias como imagens de satélites e drones para a dispersão das sementes”, afirma Maitre. Ele realça que, manualmente, é possível plantar entre 0,5 e 1 hectare por dia, ao passo que, com o uso de drones, a área pode chegar a 50 hectares. Em Vassouras, 5 hectares foram cultivados manualmente pelo IPTA. 

Nesse modelo de negócios, a Morfo ficará com a maior parte dos créditos de carbono gerados pela restauração, mas os percentuais da divisão com os proprietários da fazenda não foram revelados. “O mercado de carbono é muito recente e ainda está evoluindo do ponto de vista regulatório. Mas a qualidade dos créditos gerados está aumentando”, diz Maitre.

A Morfo desenvolve outros projetos de restauração no Brasil, em Estados como Pará e Bahia, e a ideia é ampliar o número de ações com a inclusão de créditos de carbono. A startup atua em 19 países.

Tópicos relacionados