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Confinamento de bovinos cai no Brasil pela primeira vez em seis anos

Queda no preço da arroba e retração das cotações internacionais afastaram pecuarista da intensificação em 2023

Alexandre Inacio

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O número de bovinos confinados no Brasil em 2023 está recuando pela primeira vez nos últimos seis anos. A queda é modesta, de 0,3%, mas reflete o cenário de queda dos preços da carne no mercado internacional e a retração da arroba no mercado doméstico, especialmente no primeiro semestre do ano.

Os dados do censo confinamento dsm-firmenich mostram que foram confinados 7,03 milhões de animais em 2023. No ano passado, o número chegou a 7,05 milhões de cabeças.

“O ano foi desafiador. Nos dois anos anteriores o crescimento do número de animais confinados foi maior do que a média, e uma estabilidade era esperada de alguma forma”, disse Sérgio Schuler, vice-presidente da ruminantes da dsm-firmenich, ao IM Business.

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Histórico de animais confinados no Brasil

Outro fator que pesou sobre a rentabilidade dos confinamentos foi o preço dos animais de reposição, que ficaram mais caros na relação de troca com o boi gordo. Com tudo na balança, o confinamento bovino foi uma atividade desvantajosa na maior parte do ano.

Segundo as análises do censo, o primeiro trimestre do ano foi lucrativo para os confinamentos. De abril a setembro foi um período de prejuízo para quem apostou na intensificação da pecuária. Agosto foi o mês de maior perda. Cada cabeça confinada gerou um prejuízo de R$ 895.

A atividade voltou a ficar rentável apenas em outubro, quando a arroba do boi gordo voltou a dar sinais de recuperação. Considerando as atuais indicações futuras de preço, confinar se mostra uma atividade lucrativa pelo menos até fevereiro de 2024.

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“Já estamos vendo o preço futuro da arroba chegar a R$ 240, até R$ 250 e um reequilíbrio entre oferta e demanda. Acreditamos que 2024 será de recuperação com a volta da rentabilidade e 2025 um grande ano para o confinamento”, afirma Schuler.