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Com máquinas de mais de R$ 4 milhões, montadoras estão com vendas aquecidas

Apesar do sentimento positivo, expectativa do mercado é de retração de até 12% em todo o ano

Alexandre Inacio

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Considerada a vitrine da indústria de máquinas agrícolas do Brasil, a Agrishow deste ano tem deixado as montadoras otimistas. Ainda que a organização do evento realizado esta semana em Ribeirão Preto (SP) estime negócios nos mesmos patamares do ano passado – R$ 13 bilhões -, as principais companhias do segmento projetam crescimento nas vendas durante a feira.

Aos interessados, os preços atendem a todos os bolsos. As máquinas de grande porte e com alta tecnologia embarcada são as mais caras. O preço de uma colheitadeira de grãos, propícia para grandes áreas de Cerrado, pode superar, dependendo das configurações, a marca de R$ 4 milhões.

Já os preços dos tratores são um pouco menos salgados. As americanas John Deere, Fendt e Case IH são as que apresentam alguns dos modelos de maior potência e, consequentemente, de maior valor. As configurações top de linha de cada uma oscilam em torno de R$ 2 milhões a unidade.

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A John Deere, aliás, apresentou ao público seu novo modelo série 9, um trator de esteira biarticulado. O equipamento, fabricado nos Estados Unidos, ainda não tem preço de venda definido para o mercado brasileiro.

Mesmo com preços nada desprezíveis, todas as grandes montadoras esperam crescimento em suas vendas na Agrishow. Na Massey Ferguson, a expectativa é de crescimento de 40% em comparação a 2023.

Já a Fendt espera dobrar o número de máquinas vendidas neste ano. A empresa está no Brasil há apenas cinco anos e tem apostado na categoria de média potência para atender os mercados das regiões Sul e Sudeste, e também no Paraguai.

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Ainda que as montadoras se mostrem otimistas com a Agrishow, o consenso no mercado para o acumulado do ano é negativo. A expectativa é que as vendas de máquinas e equipamentos agrícolas recuem entre 10% e 12% em 2024 ante 2023, que foi um bom ano para o segmento. Diante da queda dos preços dos grãos, muitos produtores estão adiando suas compras.

A queda só não vai ser maior porque outras culturas vão limitar essa tendência. As usinas de cana e os produtores de algodão, citros e frutas estão em uma posição mais confortável para investir em seu parque de máquinas.

A queda na taxa de juros é outro fator que favorece esse mercado. Algumas concessionárias apontam os juros como o fator determinante para a decisão de compra de uma máquina. Por serem, na maioria dos casos, equipamentos financiados a prazos longos, o custo financeiro acaba tendo um peso maior do que a queda das cotações das commodities.