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Boeing prevê queimar caixa em 2024 em meio a atrasos nas entregas 

A produção de jatos da Boeing diminuiu drasticamente diante do aumento do escrutínio de reguladores, companhias aéreas e parlamentares após um incidente em janeiro com um avião da Alaska Airlines

Reuters

Logo da Boeing na lateral de um 737 MAX, no Reino Unido (Foto: Peter Cziborra/Reuters)

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(Reuters) – A Boeing vai consumir em vez de gerar caixa em 2024 e as entregas não aumentarão no segundo trimestre, disse o diretor financeiro da empresa na quinta-feira (23), em um momento em que a fabricante de aviões norte-americana enfrenta uma crise que tem prejudicado a produção de sua aeronave mais vendida.

O diretor financeiro da Boeing, Brian West, disse em uma conferência da indústria que espera que o fluxo de caixa da Boeing para o ano seja negativo, em parte devido aos atrasos nas entregas, ante perspectiva de março de fluxo positivo de caixa.

Os comentários sobre o fluxo de caixa negativo fizeram com que as ações da Boeing caíssem 7,6%, encerrando a US$ 172,21 ontem. Os comentários somam-se aos problemas da empresa, à medida que os desafios de produção e os atrasos nas entregas para a China enfraquecem uma perspectiva modesta para 2024 defendida pela Boeing apenas algumas semanas atrás.

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“Já esperávamos que este ano ficasse abaixo de nossas expectativas financeiras para a recomendação e isso é incrementalmente pior”, disse Ben Tsocanos, diretor de companhias aéreas da S&P Global Ratings.

Regulação

A produção de jatos da Boeing diminuiu drasticamente diante do aumento do escrutínio de reguladores, companhias aéreas e parlamentares após um incidente em janeiro, quando um pedaço da fuselagem de um avião da Alaska Airlines se soltou em pleno voo.

West confirmou uma matéria da Reuters na quarta-feira que dizia que as entregas de aviões para a China foram adiadas nas últimas semanas devido a uma revisão regulatória chinesa das baterias que alimentam o gravador de voz da cabine.

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A fabricante de aviões dos EUA disse em um comunicado na quarta-feira que está trabalhando com clientes chineses no cronograma de suas entregas enquanto a Administração de Aviação Civil da China conclui sua revisão das baterias.

As entregas de jatos comerciais não aumentarão no segundo trimestre em comparação com os primeiros três meses do ano, disse West, acrescentando que “temos frustrado e desapontado” os clientes devido aos problemas na cadeia de suprimentos e na produção.

Como resultado das interrupções nas fábricas e dos atrasos nas entregas para a China, a Boeing prevê uma queima de caixa no segundo trimestre alinhada, ou “possivelmente um pouco pior” do que os US$ 3,9 bilhões consumidos no primeiro trimestre, segundo o executivo.

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Analistas, em média, esperavam anteriormente que a empresa consumisse US$ 1,9 bilhão em caixa no segundo trimestre, de acordo com dados da LSEG.