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Azevedo & Travassos anuncia retomada da exploração de petróleo e prevê produção ainda em 2023

Após reestruturação, companhia planeja novo follow-on para levantar recursos para firmar parcerias com pequenos produtores

Lucinda Pinto

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Após um período de três anos de reestruturação, a  Azevedo & Travassos anunciou que vai retomar as atividades de exploração de petróleo. A companhia, que teve suas atividades no setor de óleo de gás suspensas em 2019 por falta de contratos, espera que, até o fim deste ano, já esteja produzindo. E que poderá fazer um novo follow-on para viabilizar os planos.

Segundo Gabriel Freire, chairman da A&T, a companhia ainda está elaborando um plano de negócio em que definirá quais serão os poços a serem explorados e o investimento necessário. A partir daí, será decidido também o instrumento para capitalização da empresa. Além de um follow-on, uma captação externa é uma alternativa a ser considerada.

Mas o executivo afirma que a empresa já tem ativos mapeados. A ideia é explorar inicialmente poços maduros onshore – especialmente na região Nordeste do país. Projetos offshore também serão considerados na América Latina, mas em um segundo momento.

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(Crédito: Shutterstock)

Segundo Freire, a percepção de que há um mercado a ser explorado pela companhia surgiu por meio da atuação da Heftos, outra subsidiária da A&T, que presta serviços de manutenção e retrofit de poços de petróleo maduros para empresas como PRIO e Trident. Ele conta que a empresa começou a ser procurada por pequenos produtores de petróleo nacionais, interessados em firmar parcerias para desenvolver investimentos, tanto para cumprir exigências a ANP quanto para ampliar produção.  “Aí percebemos que existe um bom negócio”, explica.

O plano é iniciar a produção, portanto, com esses poços maduros disponíveis, que hoje estão nas mãos de micro e pequenos produtores. “Existe uma tendência natural da Petrobras  se desfazer de seus poços maduros. Ainda que isso tenha sido suspenso pela atual presidência da companhia, esse é um caminho sem volta”, afirma.

A sinergia com a Heftos contribuirá para esse crescimento, diz Freire. “Como prestamos o serviço demandado pelas  Junior Oils,  vai acontecer uma verticalização dessa demanda, o que pode melhorar a lucratividade do grupo como um todo.”

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No atual desenho, a A&T tem três subsidiárias: a A&T Infraestrutura, como passa a se chamar a empreiteira; a A&T óleo e gás; e a Heftos. Em 2022, a companhia faturou R$ 480 milhões e, no primeiro semestre deste ano,  R$ 330 milhões. Freire acredita que o negócio de exploração de petróleo pode superar o tamanho da companhia toda.

Reestruturação

Freire, advogado especializado em reestruturações de empresas, assumiu o comando da Azevedo & Travassos em 2019 por meio da  Rocket Capital S/A,  sociedade anônima de capital fechado criada para realizar o investimento. A partir do ingresso na companhia a Rocket liderou o processo de reestruturação e ancorou quatro aumentos de capital privados, que levantaram R$ 300 milhões. Esses recursos financiaram a reestruturação e o capital de giro do crescimento operacional da A&T. Hoje a Rocket é acionista de referência da A&T e divide o controle  com a Nemesis S/A, outra holding controlada por Freire.

Público seleto

O anúncio da volta da A&T para a exploração de petróleo foi feito a um grupo de investidores e acionistas, em um evento realizado no Hotel Fasano, no bairro do Itaim, em São Paulo. Mas a presença de Nelson Tanure, acionista da Petro Rio, chamou a atenção. Junto com executivos do banco Master, o empresário foi um dos participantes de um talk-show de discussão sobre as perspectivas do setor de óleo e gás. E afirmou que, ainda que o mundo esteja buscando fontes alternativas de energia, o petróleo ainda será a principal delas pelos próximos 30 anos.

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Questionado pelos jornalistas presentes sobre uma possível sociedade de Tanure com a A&T, Freire disse que não há nenhuma negociação em andamento – embora tenha admitido que a participação do empresário no negócio seria bem-vinda.

Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.