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Aumento da demanda interna por óleo de soja reduzirá exportações do produto

Abiove prevê venda de 1 milhão de toneladas a mais no país em 2024

Fernando Lopes

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Mesmo com a expectativa de aumento da demanda doméstica por biodiesel, a produção de óleo de soja deverá permanecer praticamente estável no país este ano. Segundo estimativa divulgada esta semana pela Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), o volume deverá alcançar 11 milhões de toneladas, apenas 200 mil a mais que em 2023. O óleo de soja é a principal matéria-prima do biodiesel fabricado no Brasil.

Como o percentual de mistura de biodiesel no diesel fóssil vendido nos postos do país voltará a aumentar em março, de 12% para 14%, o consumo interno de óleo de soja deverá crescer de 8,6 milhões para 9,6 milhões de toneladas. Tendo em vista que a colheita de soja em grão vai diminuir na safra atual em virtude dos problemas climáticos provocados pelo El Niño e não haverá matéria-prima para uma ampliação expressiva do processamento – que deverá subir de 53,7 milhões para 54,5 milhões de toneladas -, as exportações do produto vão recuar. 

De acordo com a Abiove, os embarques deverão cair de 2,337 milhões de toneladas, em 2023, para 1,45 milhão agora. Os estoques diminuirão tendem a ficar estáveis em pouco mais de 400 mil toneladas, e está previsto um pequeno incremento das importações – de 21 mil para 50 mil toneladas. Nesse contexto, outras fontes para a produção de biodiesel, como o sebo bovino, poderão ganhar espaço.

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Com os preços internacionais do óleo de soja em baixa, as vendas no mercado doméstico tendem a ser rentáveis para as indústrias. Mas a receita dos embarques, conforme a Abiove, tende a recuar de US$ 2,517 bilhões, no ano passado, para US$ 1,378 bilhão em 2024. A conta leva em consideração uma queda de quase 12% no preço médio dessas vendas, para US$ 950 por tonelada.