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Após trimestre de recordes, BRF mira redução da ociosidade nas fábricas

Volume de produtos comercializados no primeiro trimestre de 2024 foi o menor dos últimos dois anos

Alexandre Inacio

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Depois de dois trimestres consecutivos no azul e com geração de caixa positiva, a BRF (BRFS3) já começou a planejar as próximas entregas para o mercado. No centro das atenções da companhia está o aumento da utilização da capacidade instalada em suas unidades e a consequente redução da ociosidade.

Ainda que a companhia controlada pela Marfrig tenha apresentado um dos melhores trimestres da sua história entre janeiro e março, a quantidade de produtos comercializados ainda deixa a desejar. O volume de 1,15 milhão de toneladas do primeiro trimestre deste ano foi o menor dos últimos dois anos.

Uma das ações do plano de melhoria operacional da BRF apresentado em 2022 foi o ajuste do número de SKUs – tanto o número quanto a rentabilidade. A ordem é vender primeiro, produzir depois

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“Temos agora o desafio de ocupar a capacidade ociosa, que pode ser vista como uma vantagem, pois nos permite crescer de forma orgânica”, disse Miguel Gularte, CEO da BRF, em conversa com analistas e investidores nesta quarta-feira.

Um dos caminhos que será seguido é continuar melhorando a eficiência das granjas, no campo.

Miguel Gularte, CEO da BRF (Foto: Divulgação)

Segundo Gularte, cada ponto ganho de rendimento e eficiência na agropecuária representa um avanço de um a dois pontos percentuais nas fábricas.

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A BRF abate por ano cerca de 1,6 bilhão de frangos e aproximadamente 10 milhões de suínos. “Qualquer ponto percentual a mais representa praticamente uma fábrica nova que entra em operação. Essa é uma oportunidade que temos que capturar”, disse o executivo.

Com os lucros voltando a aparecer, margens mais atrativas e caixa sendo gerado, o mercado começa a se perguntar: o que vai ser feito com esse dinheiro?

Uma das possibilidades que a BRF tem é investir no aumento da produção, o que poderia incluir uma eventual aquisição. Ainda que a ideia não tenha sido integralmente descartada, a ociosidade existente nas plantas atuais não justificaria o investimento.

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“Crescer faz parte da estratégia e está em nosso DNA, mas não vamos crescer a qualquer custo. O crescimento precisa ser sustentável e rentável. Por enquanto, a prioridade é ocupar as fábricas”, disse Gularte.

O outro caminho é a distribuição de dividendos aos acionistas. O ano de 2021 foi o último em que a companhia registrou lucro no consolidado de 12 meses. Agora, os esforços são para voltar a fechar no azul em 2024. Mesmo assim, a resposta dos executivos da companhia sobre os dividendos é curta e direta. A decisão está nas mãos do controlador e do conselho de administração.