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A fabricante de relógios suíços que “voltou dos mortos” – de novo

A empresa pretende fabricar 4.000 relógios no primeiro ano, mas quer aumentar a produção para 100.000 unidades

Bloomberg

Modelo de relógio da Favre Leuba desenvolvido em 1764 (Foto: Favre Leuba/Divulgação)

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(Bloomberg) — A fabricante de relógios de luxo Favre Leuba planeja lançar mais de duas dúzias de relógios ainda este ano, com preço de cerca de US$ 27.000 (algo como R$ 135.000), como parte de um relançamento da marca que busca expandir o apelo do pioneiro suíço para além de sua base de consumidores de maioria indiana.

O relojoeiro Abraham Favre abriu uma oficina na Suíça no século XVIII, lançando as bases de um negócio que mais tarde se associaria à família Leuba, dando origem à marca Favre-Leuba. A empresa, que já foi proprietária do icônico Jaeger-LeCoultre, foi uma das maiores inovadoras da indústria relojoeira suíça antes que a crise do quartzo das décadas de 1970 e 1980 a obrigasse a passar por várias ‘mãos’.

O conglomerado indiano Tata adquiriu a marca Favre Leuba, inativa, no final de 2011 e lançou novos relógios na Índia e em outros mercados estrangeiros. Mas sua estética de design e marketing não conseguiram conquistar um grande número de seguidores. Ela trocou de mãos novamente em uma transação privada no ano passado e passou a pertencer à varejista de relógios indiana Ethos Ltd. e à sua controladora KDDL Ltd.

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Mas, antes disso, há cerca de três anos, a Favre Leuba já havia interrompido a produção e alguns de seus modelos eram vendidos apenas na Índia, pela Ethos.

Agora, a Favre Leuba, com sede em Grenchen, lançará 26 novos modelos no Geneva Watch Days em agosto, disse o presidente Patrik Paul Hoffmann à Bloomberg News em uma entrevista nos arredores de Nova Delhi.

A nova coleção é projetada em torno de três temas – ar, mar e terra – e utiliza três movimentos, que são a essência mecânica do relógio. “A produção está em andamento”, disse Hoffmann, que anteriormente atuou como CEO da Ulysse Nardin SA.

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A Favre Leuba está gastando inicialmente US$ 5,5 milhões – ou R$ 27 milhões – na produção e comercialização de sua nova linha, com planos de dobrar esse investimento no próximo ano, disse Hoffman, sentado no terraço da sede da Ethos.

“Começamos do zero”, explicou Hoffman sobre o plano de atualizar todo o catálogo da empresa relojoeira, baseando-se fortemente na rica história da marca e adicionando toques evolutivos aos seus relógios clássicos. Na década de 1960, Favre Leuba desenvolveu um dos primeiros relógios de mergulho do mundo, denominado Deep Blue, e um modelo de expedição, Bivouac, que podia medir a altitude e a pressão atmosférica.

Favre Leuba planeja eventualmente transferir a construção de montagem e movimento internamente, disse Hoffman. Movimento, ou calibre, é o mecanismo interno do relógio.

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Os relógios de bolso Favre Leuba receberam inúmeros prémios em exposições nacionais e internacionais (Foto: Favre Leuba/Divulgação)

Por enquanto, está usando movimentos Manufacture la Joux-Perret SA e Chronode SA e colaborando com designers veteranos como Antoine Tschumi, que ajudou a criar relógios para Czapek & Cie e Louis Moinet, e Laurent Auberson, que trabalhou para Zenith, Chronoswiss e Germany’s Lehmann Uhren.

Os novos relógios custarão a partir de R$ 16.000 até R$ 133.000 por um modelo em aço inoxidável. Os EUA, o Canadá e o Caribe serão mercados principais para a marca, que também espera vender no Oriente Médio e em partes da Ásia, incluindo o Japão, disse Hoffmann.

A Favre Leuba também aproveitará sua história profundamente enraizada na Índia – foi o primeiro cronometrista suíço a entrar no país do sul da Ásia em 1865. Hoffman disse que planeja atrair estrelas de Bollywood e jogadores de críquete para parcerias e marketing na Índia, onde a empresa irá abrir suas três primeiras boutiques e vender também nas lojas Ethos.

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A Favre Leuba pretende fabricar 4.000 relógios no primeiro ano e, eventualmente, quer ser capaz de aumentar a produção para 100.000 unidades anuais ao longo de uma década, de acordo com Hoffman.

Então, quem é o cliente médio do Favre Leuba? É alguém que poderia usar um Rolex ou um Panerai, mas que entenderia a história da Favre Leuba e apreciaria a sutileza de seus novos modelos, disse Hoffmann. “Não é alguém que diz que preciso disso porque todo mundo tem.”

© 2024 Bloomberg L.P.

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