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Brasil precisa criar relações comerciais duradouras com a Ásia

Especialista em agronegócio, Marcos Jank conta como o País pode fortalecer sua presença comercial no exterior
Por  Um Brasil -
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Setores da economia brasileira precisam passar pelo teste da competição para que sejam capazes de se sobreporem à concorrência externa, avalia o engenheiro agrônomo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e professor sênior de Agronegócio Global no Insper, Marcos Jank, para quem o setor agro no Brasil é um exemplo de como essa estratégia comercial pode abrir portas no mercado internacional.

Em entrevista ao canal UM BRASIL, iniciativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o engenheiro, que morou durante 4 anos em Singapura, trabalhando em todo o continente asiático, explica que a abertura comercial do agronegócio brasileiro na década de 1990 foi fundamental para que o setor se tornasse competitivo internacionalmente.

“Nós abrimos o agronegócio, fizemos uma redução de todas as políticas públicas intervencionistas que existiam, reduzimos os controles de preços – permitindo exportações – e tivemos que competir lá fora com países que subsidiavam. Então, nós tivemos de ganhar competitividade diante do mundo. Hoje, nós somos o terceiro maior exportador desse setor”, pontua.

Na conversa, ele também analisa a importância da Ásia para a balança comercial do Brasil e o caminho para que este tenha uma cadeia produtiva mais integrada entre os outros países. “É um mercado dinâmico. Hoje, das 12 maiores cadeias produtivas exportadoras brasileiras, em dez a Ásia é prioridade”, conta. “Uma abertura comercial inteligente não é unilateral, que não irá produzir ganhos. Ela tem de ser seguida de um processo de negociação comercial, um anúncio de que o País irá se abrir para o mundo, mas, ao mesmo tempo, buscar compensações”, diz.

Para ele, o Brasil precisa estar mais presente na Ásia, deixar de ter um setor comercial muito dependente das demandas chinesas e criar relações comerciais duradouras naquele continente.

Jank ressalta ainda que a integração mundial deve ser em razão da conjuntura econômica internacional que está moldando as relações comerciais e colocando em destaque os players asiáticos com grande potencial de crescimento.

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“Poucos são os países isolados hoje. A China era isolada, mas, atualmente é um imenso player em comércio. Toda abertura, todas as reformas da Ásia desde 1990 foram feitas olhando para as exportações; eles criaram uma grande indústria exportadora e competitiva no mundo. E nós criamos aqui um modelo de substituição de importações, até hoje, de baixíssimo dinamismo, de baixíssima produtividade. Nós temos de reverter isso”, avalia.

“É claro que as reformas têm uma sequência: o País precisa começar pela Previdência, pela Reforma Tributária, porque impactam no chamado ‘custo Brasil’, mas devemos caminhar com abertura comercial inteligente, que traga mais concorrência e competitividade aqui dentro, ao mesmo tempo em que ganhamos mercados lá fora, em processos de negociação de acordos comerciais, melhoria das relações bilaterais e presença no exterior”, conclui Jank.

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