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Banco Central e Anbima adotam blockchain como padrão para custódia de ativos

Eu acredito que nos próximos três a cinco anos o blockchain será adotado como tecnologia padrão para registro e custódia de alguns tipos de ativos no Brasil
Por  Equipe InfoMoney
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

* Com participação de André Carrera

Este é meu post inaugural neste blog, o Tokenized Ideas e resolvi começar com uma uma brincadeira no título. Alguns podem alegar que é um clickbait, e é; mas mais do que isso, é uma previsão que faço aqui, já no primeiro parágrafo do post inicial.

Eu acredito que nos próximos três a cinco anos o blockchain será adotado como tecnologia padrão para registro e custódia de alguns tipos de ativos no Brasil. Explico na sequência, pois antes gostaria de aproveitar este post inaugural para me apresentar brevemente, até porque o tema abordado tem muito a ver com minha trajetória profissional.

Eu comecei no mercado financeiro em 2007, quando me tornei sócio de um escritório de investimentos, e onde tive uma atuação bem diversa e pude conhecer um pouco do mercado financeiro e de capitais brasileiro. Em 2009, fundei uma gestora de recursos, participei de algumas operações de M&A e, em 2013, passei a me dedicar a investimentos em tecnologia e startups.

Desde então, ajudei a fundar uma rede de investidores-anjo, fiz uma dezena de investimentos em startups, organizei Startup Weekends, participei de diversas outras iniciativas na área e me envolvi com a comunidade de bitcoin/blockchain. Especificamente, ainda em 2014, investi em uma startup que desenvolveu um sistema de exchange para bitcoin, investi no crowdsale do Ethereum, fui um dos patrocinadores da primeira conferência de bitcoin do país e há um ano me dedico em tempo integral a projetos de “tokenização de ativos” via “blockchain” (entre aspas pois esta é uma convenção popular e não está completamente correta).

Em resumo, minha trajetória reúne experiências práticas no mercado financeiro, com startups e bitcoin/blockchain. Apesar de não ser especialista em nada, considero que possuo uma boa visão geral sobre estes três mercados.

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Para poder voltar à minha previsão, gostaria de falar sobre o conceito de tokenização de ativos, que, para mim, está na intersecção dos mercados citados e será o assunto principal deste blog. Um ativo tokenizado é um contrato digital (token) emitido usando a tecnologia blockchain e linkado a um documento jurídico que representa um ativo real. Ou seja, o detentor do token é detentor do ativo que o token representa, podendo ser este ativo: ações ou cotas de empresas, títulos de dívida, cotas de fundo, etc.

É importante perceber que o mundo atual já funciona em larga escala com ativos digitais. A principal diferença, de forma superficial, é que a tecnologia “blockchain” permite uma descentralização muito maior nos processos de custódia, compliance, transação, verificação e controle dos ativos pelas partes envolvidas. O que reduz custos, facilita transações e democratiza o acesso aos ativos em si. Em suma, ainda em análise superficial, altera a própria dinâmica do mercado e aumenta as possibilidades para os agentes.

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Eu acredito que em apenas alguns poucos anos, veremos milhares de ativos tokenizados e negociados por investidores de todos os tamanhos e de todos os continentes em exchanges globais e interconectadas. Assim como o e-mail impactou a carta e as redes sociais impactaram as mídias tradicionais, a tokenização de ativos impactará enormemente o mercado financeiro e de capitais.

As vantagens são várias e estão apenas começando a ser exploradas. Eu analiso algumas delas neste post, mas acredito que a capacidade de negociação global de ativos tokenizados aumentará a competição entre diversos países, principalmente aqueles tidos como paraísos fiscais, para facilitar a regulação da emissão e negociação desta nova categoria de ativos. E a partir destas jurisdições, estes ativos serão facilmente acessados por investidores em todo o mundo.

Não faço nenhum exercício de futurologia aqui, pois isto já vem acontecendo em países como Malta, Gibraltar, Liechtenstein, Suíça e Hong Kong, para citar alguns. Aqui há uma série de questões jurídicas complexas, como por exemplo, a relação entre o país de emissão da oferta e o país de origem e/ou residência fiscal do investidor, mas deixarei estes temas para um próximo post.

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Considero que esta dinâmica irá se acelerar e trará o assunto para discussão entre os reguladores e responsáveis por liquidação e custódia de ativos no Brasil, como o BACEN, CVM, Anbima, B3, CETIP, CBLC, etc; e não sei como se dará a adoção no Brasil, quem será mais receptivo, quem será o primeiro ou quais tipos de ativos serão tokenizados de forma regulada. Mas acredito que em algum momento, o blockchain será adotado como padrão e todos seremos beneficiados – empresas, investidores e indústria financeira como um todo.

A lógica do mercado indica que o motor principal das mudanças será a capacidade de, ao se tokenizar ativos, aumentar a liquidez de ativos tradicionalmente ilíquidos e dar acesso global a ativos tradicionalmente locais/regionais, além de diminuir o ticket mínimo para ativos de acesso tradicionalmente restritos a investidores de alta renda, mas acredito que o grande avanço é de ordem mais filosófica do que prática.

Em um futuro próximo, a tecnologia do bitcoin/blockchain aplicada aos ativos financeiros (tokenização) permitirá com que tenhamos o controle dos nossos ativos em carteiras próprias, caso assim optemos; ao invés de sermos obrigados a delegar para alguém a custódia dos nossos bens.

Claro que a maioria de nós ainda optará, sem nenhum demérito, de forma muito racional, a delegar para alguma instituição financeira; mas a possibilidade de termos mais controle do que é nosso é um grande avanço em termos de liberdade individual. Se considerarmos ainda as possibilidades de custódia compartilhada que a funcionalidade de multi-assinatura, presente em vários blockchains, nos traz, este controle se tornará ainda maior, podendo aumentar a confiança nos sistemas fiduciários e diminuir custos.

Para os reguladores e participantes do mercado, acredito que o uso das tecnologias do bitcoin/blockchain incorrerá em mais transparência, rapidez e segurança nos controles de custódia e liquidação entre os diversos sistemas de registro e custódia de ativos financeiros. As vantagens para os investidores, principalmente os pequenos e médios, irei abordar nos próximos posts, com exemplos práticos do que já está acontecendo neste novo mercado. Fique ligado, me siga no Twitter e Linkedin para ficar sabendo dos próximos posts.

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