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CAOA-Ford: o empresário “raiz” num mercado cada vez mais “nutella”

A compra da fábrica da Ford pelo grupo CAOA será concretizada, e uma nova marca de caminhões poderá desembarcar no país. Tudo por causa de Carlos Alberto de Oliveira Andrade
Por  Raphael Galante -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras: o burburinho do momento é sobre a compra da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo pelo grupo CAOA. Parece que provavelmente o grupo irá arrematar a fábrica. Mas, em se tratando do CAOA, vale lembrar do slogan da Band News FM: “em 20 minutos, tudo pode mudar”!

Qual a minha visão sobre o assunto?

O primeiro ponto é que o “cabeça” do grupo, o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, é do peru! (fui editado)

Não analisaremos se ele usa todas as suas “técnicas” de gestão e empreendedorismo para o lado negro da força ou não. O ponto aqui é que, dentro do cenário automotivo brasileiro, não existe ninguém como ele. E provavelmente demorará muitos ciclos para aparecer outro.

Se concretizar a aquisição da planta pelo grupo, ele será detentor de 3 operações fabris para a produção de seus veículos. Como base comparativa, considerando apenas as marcas que possuem plantas para a produção de carros, as marcas FCA (Fiat-Chrysler), Ford, Honda, HPE, Nissan, PSA e Toyota, possuem 1 ou 2 duas unidades cada.

De fato, o grupo CAOA se equalizará junto com a Volkswagen como marcas que mais possuem fábricas no Brasil (cada uma com 03 unidades).

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O grande ponto aqui: ele é aquele “empresário raiz” que dá certo! Como ponto ilustrativo, imaginaremos o grande empreendedor da década passada (e atual presidiário) Eike Batista, sendo o “empresário Nutella”.

O empresário Nutella é habitué das colunas sociais; coleciona modelos; expõe para todos sua ambição de dominar o mundo; possui iates, carros, hotéis; entre outras coisas. Mas, assim como Ícaro, quanto mais perto eu tento (ser) chegar numa estrela; maior será a minha queda – o presídio de Benfica que o diga.

Já o empresário raiz é aquele que raramente se expõe na mídia; mal compartilha seus planos com o seu estafe; faz tudo isso de sua casa (no seu roupão de seda) e fica cada vez mais próximo de “dominar o mundo”, como diria Pinky e Cérebro!

Os méritos dele são imensos. Foi ele que fez a Renault e a Hyundai serem o que são no Brasil, e está fazendo o mesmo com a Chery.

Já falamos disso aqui:

CAOA-Chery, quando o raio cai três vezes no mesmo lugar!

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E o que ele planeja para a fábrica da FORD?

Nós fizemos um ensaio aqui:

Compra da Ford pela CAOA, o que há por trás da história?

E, deste último texto (de abril para cá), o que mudou?

Muita coisa. Ele (CAOA) está entrando como o salvador da pátria nessa história. Mas em nada se compara com o Sassá Mutema. Essa operação “caiu no colo dele” e, sinceramente, dos mais de R$ 1 bilhão de investimentos a serem investidos, queria saber o quanto realmente sairá do bolso dele (provavelmente algo próximo a nada e quase nada).

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Acreditamos que o pacote de “benesses” que ele deve estar negociando deva ser imenso. Acreditamos também que a CAOA irá montar a operação de caminhões da Hyundai no Brasil. O que nos leva a essa suposição?

– Uma quantidade significativa de ex-concessionários Ford caminhões foram contatados pelo pessoal de desenvolvimento de rede – CAOA – para voltar a operar neste segmento. OK, podemos falar que ele vai voltar a operar/produzir os caminhões Ford. Mas comprar uma fábrica para – com sorte – conseguir fazer a produção desses caminhões só por 2 anos? Não acreditamos nisso…

– Os caminhões pesado e extra-pesado da Hyundai importados recentemente ainda continuam rodando em testes no território brasileiro;

– Em julho, o grupo CAOA trouxe um novo produto (3 unidades) que é o H350. Como o veículo foi licenciado, logo ele já foi homologado. Esse novo caminhão é multi-uso. Ele pode ser utilizado como VUC; transporte de passageiros (14 pessoas) e ser vendido como chassi para que o cliente instale o baú que preferir.

Ou seja: o grupo já tem em território nacional dois tipos de caminhões (o semi-leve/leve e o pesado/extra-pesado). Além disso, um deles poderá ser comercializado quase como “micro-ônibus”.

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Lógico que tudo isso depende de como fluirá a relação dele com os coreanos, que vai de mal a pior, no caso do imbróglio entre a CAOA (linha de importados e SUVs médios) e a Hyundai Motor Brasil (linhas HB20 e Creta).

Basta notar que o volume de carros importados por ele está caindo mais do que o Vasco (e isso é preocupante!). Além disso, existe o litígio entre as partes que está lá na câmara arbitral de Frankfurt.

O desfecho para isso só uma pessoa sabe: o próprio Carlos Alberto! O cenário que estamos apurando é altamente factível. Mas, como dissemos:

“Em 20 minutos, tudo pode mudar”

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=)

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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