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Quer perder o medo de investir? Então, invista!

Muitas pessoas tem medo de investir fora do banco. Se esse é o seu caso, leia o artigo e aprenda o que fazer para superar esse medo
Por  Fernando Tempel
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Tenho uma amiga que é atriz e locutora e, embora não seja rica (ela não é famosa – pelo menos ainda não), acumulou algum patrimônio. Na semana passada ela me procurou e contou que estava lendo o livro Descomplicando Investimentos e tinha dúvidas sobre como investir.

Ela me contou que investe tudo o que tem no banco onde tem conta, seguindo a orientação do gerente, e que tinha a sensação de estar fazendo um péssimo negócio. Depois de analisar a sua carteira, vi que ela estava fazendo mesmo um negócio ruim. Quase todo o dinheiro estava em um fundo DI, que rende menos do que o CDI, e o pouco que sobrava estava em um fundo de previdência péssimo. Ela reclamou, e o próprio gerente admitiu que o produto era ruim. Ele até sugeriu outro fundo melhor, mas ela respondeu que, se ele mesmo havia sugerido um investimento ruim três anos atrás, ela não podia mais confiar nele: iria resgatar o dinheiro e investir em outro lugar.

Depois de entender a situação, eu perguntei quais eram os objetivos dela para esse dinheiro, pois a metodologia da Ohr é sugerir investimentos com base nos objetivos que cada pessoa tem. Ela não sabia ao certo e estava avaliando investir em um imóvel, mas só tomaria alguma decisão em dois meses.

A minha sugestão foi que ela retirasse a maior parte do dinheiro do banco e investisse em títulos de curto prazo no Tesouro Direto, que são extremamente seguros (mais até do que a poupança) e com rentabilidade igual ou maior do que o CDI. Assim, ela teria um retorno melhor do que no banco, com mais segurança, e o dinheiro ficaria disponível para quando ela decidisse o que fazer. Nesse momento ela pareceu um pouco assustada e disse que precisaria de ajuda, pois não fazia ideia de como investir no Tesouro Direto ou utilizar uma corretora.

Esse comentário me chamou muito a atenção. Para mim, como analista de investimentos, esses passos são tão comuns que muitas vezes esqueço que a maioria das pessoas desconhece esse mundo. Pensei que, se minha amiga tem esse medo, muitas outras pessoas também devem ter. Por isso decidi escrever neste artigo a recomendação que fiz para ela: se você não tem conta em uma corretora e nunca investiu no Tesouro Direto, abra uma conta em uma corretora e invista. Faça um investimento pequeno, apenas para conhecer como isso funciona. Sugeri que ela investisse R$ 500 em dois títulos diferentes. Mas saiba que o Tesouro Direto aceita valores menores – em alguns títulos é possível investir com apenas R$ 30.

Aprendendo na prática

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Aqui vou repetir algo que escrevi no Descomplicando Investimentos. Existem diversas formas de aprender a investir. Talvez a melhor seja fazer um curso. Ler livros sobre o assunto também é um ótimo caminho, e a internet tem muito material gratuito (como este artigo, por exemplo). Finalmente, conversar com profissionais do mercado financeiro ou amigos que tenham mais experiência no tema também ajuda. Mas existem aprendizados que você, por mais que leia, estude ou converse a respeito, nunca terá se não executar as coisas na prática. Porque a prática também é uma professora que você terá que enfrentar nos seus investimentos.

Assim, repito: se você não tem conta em corretora, abra uma. Na internet você encontra um ranking das corretoras pelo valor cobrado para operar no Tesouro Direto. Diversas cobram tarifa zero. Além da corretagem, existe uma taxa da B3 (antiga Bovespa) de 0,3% ao ano, pela custódia dos títulos. Assim, o investimento não é totalmente isento, mas a taxa pode ser muito baixa. Sugiro que escolha uma corretora com taxa zero ou que cobre no máximo 0,2% ao ano.

Após selecionar uma corretora, você deverá abrir uma conta. O processo é totalmente online, com o preenchimento de formulários, cadastramento de senhas e o envio de fotos de alguns documentos. Essa preparação não deve levar mais do que meia hora. Depois de receber o material, a corretora faz uma análise da documentação e geralmente responde em até três dias úteis, liberando a conta (ou informando algum problema, caso haja) e informando o número da conta.

Depois, você deve enviar recursos para a corretora. Para isso é necessário cadastrar uma conta bancária: seus recursos só podem sair de uma conta de sua titularidade para a da corretora. E, o mais importante, os recursos que você tem na corretora só podem sair de lá para a sua conta cadastrada. Com isso, você tem uma certa segurança de que o dinheiro não será eventualmente transferido para terceiros (eles teriam que ter acesso à sua conta bancária para isso).

Quando os recursos estiverem na sua conta na corretora você pode acessar o Tesouro Direto e investir nos títulos disponíveis. Se você está começando, faça isso com um valor pequeno, que não o deixe inseguro. Para facilitar ainda mais, sugiro que compre um título chamado LFT, que rende exatamente a taxa Selic. Não tem como perder dinheiro com esse título: ele rende todo dia um pouco, tem garantia do Tesouro nacional e liquidez diária. É mais seguro e rende mais do que Caderneta de Poupança e fundo DI.

No site da corretora, a primeira coisa que você deve fazer é verificar seu saldo (depois que já tiver transferido recursos). Então, acesse a área do Tesouro Direto dentro do site e selecione os títulos em que deseja investir, as quantidades (ou valores) que deseja comprar e execute as operações. Pronto! Você já estará investindo no Tesouro Direto.

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Vencendo seus medos

Ao entrar pela primeira vez no site da corretora, você provavelmente se sentirá intimidado: vai se deparar com termos que não sabe ao certo o que significam e uma infinidade de informações. Isso é parte do aprendizado prático que você deverá ter, mas não se assuste: ao longo do tempo, poderá aprender e conhecer tudo. Se tiver dúvida sobre algum termo ou funcionalidade, procure na internet ou pergunte diretamente a algum funcionário da corretora, que deverá esclarecer suas dúvidas (normalmente por telefone ou chat).

Na segunda vez em que você entrar no site, ele parecerá menos assustador. Você já saberá alguns caminhos (para verificar o saldo e comprar títulos do Tesouro Direto, por exemplo) e poderá conhecer outras opções de investimentos oferecidas (em alguns casos, são literalmente milhares de opções). Na terceira vez as coisas serão ainda mais fáceis e, depois de mais algumas vezes, você se sentirá bastante familiarizado com o site e provavelmente conhecerá muitas opções de investimentos que nem sabia que existiam. É um processo semelhante ao que qualquer pessoa enfrentou ao deixar o banco físico para usar os sites dos bancos ou, mais recentemente, os aplicativos: pagar contas, fazer transferências e aplicar na poupança pode ter sido ameaçador nas primeiras vezes, mas hoje provavelmente são processos muito naturais.

Além do medo do desconhecido, outra coisa que impede muitas pessoas de abrir uma conta em corretoras é o medo de se considerar muito pobre e pequeno para a empresa. Se você tem essa preocupação, esqueça disso. As corretoras estão interessadas em você, independentemente de quanto dinheiro você tenha: elas sabem que o pequeno investidor de hoje pode ser um grande investidor no futuro.

Algumas dessas empresas limitam o acesso de clientes com valores mínimos de investimento. Ao pesquisar, porém, você verá que muitas não têm esse valor definido: você pode simplesmente abrir uma conta e não investir nada. Se as corretoras só quisessem milionários como clientes, limitariam a abertura de contas a quem investisse no mínimo R$ 1 milhão. Ao encontrar corretoras que não têm valor mínimo de aplicação, sinta-se à vontade para fazer um investimento pequeno, apenas para conhecer o Tesouro Direto e seu funcionamento (R$ 500, ou até menos).

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Algumas corretoras têm gasto dezenas de milhões de reais em propaganda na TV (provavelmente você já viu anúncios de algumas delas) justamente porque querem aumentar a sua clientela, tirando clientes de bancos. Assim, se você tem uma conta em banco e algum dinheiro investido, tenha certeza de que elas querem ter você como cliente e te receberão muito bem.

Depois que a conta for aberta, é provável que um profissional da corretora entre em contato, para se apresentar como o responsável por sua conta, e entender suas necessidades. Ele é uma ótima fonte de informações, já que tem conhecimento profundo sobre os sistemas da corretora e os produtos oferecidos. Mas você não deve confundir fonte de informação com fonte de orientação. A primeira é alguém que explica como as coisas funcionam; a segunda, que diz quais são as melhores opções que você tem dentre as oportunidades oferecidas. O que você deve saber é que os profissionais de corretoras têm a função de vender os produtos oferecidos (igual gerentes de banco) e que a remuneração da empresa é maior ou menor dependendo dos produtos em que você investe, de modo que existe um conflito de interesse entre a corretora e você (assim como nos bancos). Assim, esses profissionais são ótimas fontes de informação, mas, se você quer ajuda para escolher os melhores investimentos, procure empresas de análise de investimentos (como a Ohr) ou de consultoria de investimentos que sejam independentes (que não pertençam a um banco ou corretora).

Se está em dúvida sobre o parágrafo anterior, pense no quanto a corretora ganha quando você investe em Tesouro Direto. Se a taxa cobrada pela corretora é zero, esse é o ganho dela. Ou seja, a corretora (e os seus profissionais) tem todo o interesse que você invista em outros produtos, onde a taxa que ela recebe não é zero, e vão utilizar bons argumentos para te convencer disso. Cabe a você não se deixar convencer, e investir naquilo em que acredita.

Vale ainda dizer que a Ohr não é uma corretora. Nós não prestamos serviços de corretagem, apenas de análise de investimentos, por meio dos nossos relatórios. Também não temos parceria com corretoras, por isso não indicamos nenhuma em particular. Nossa recomendação é que você opte por empresas sérias e que tenham uma boa relação entre custo baixo e risco baixo (quanto mais lucrativa, menor o seu risco).

Ao sair do banco e começar a investir em corretoras você se deparará com um mundo novo de investimentos, com muito mais possibilidades e oportunidades de obter bom rendimento do seu capital. Sem dúvida, o começo é trabalhoso e pode parecer assustador, mas após algum tempo esse novo conhecimento será parte do seu dia a dia e você poderá obter retornos muito maiores, que mais do que compensarão esse trabalho inicial. O que você está esperando? Pesquise e abra sua conta, comece investindo pouco e, quando se sentir confortável, invista mais, para obter o retorno que você merece pelos seus investimentos.

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