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Renda Variável
Definição de ações
São títulos representativos da menor fração do capital social de uma sociedade por ações. A responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. O acionista é co-proprietário da empresa, com direito a participação nos resultados.
Valor das ações
Valor nominal: é o valor do capital social da empresa dividido pelo número de ações conforme expresso no estatuto social. As ações podem não ter valor nominal.
Valor contábil ou patrimonial: é o resultado da divisão do patrimônio líquido pelo total de ações de acordo com o último balanço, ou em balanço levantado para fins especiais.
Valor de mercado: é o valor de negociação das ações na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado.
Valor econômico: o valor econômico é apurado por três peritos e considera eventuais ajustes nos valores contábeis nos registros das companhias em função de expectativas de rentabilidade.
Espécies de ações
Conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, as ações podem ser:
Ações ordinárias: com direito a voto.
Ações preferenciais: sem direito a voto.
Proventos e direitos
São proventos e direitos de um acionista:
Juros sobre o capital próprio: é a remuneração paga em dinheiro aos acionistas relativa ao custo do capital aplicado, limitado à variação da TJLP. É dedutível para a empresa para fins de apuração do lucro real da companhia, diminuindo assim o IR a ser pago por ela. O valor é decidido pela Assembléia Geral Ordinária a partir de proposta elaborada pela Diretoria Executiva.
Dividendos: é o pagamento, em dinheiro, de parte do lucro obtido no exercício. Pela Lei das S.A., deverá ser distribuído um dividendo mínimo de 25% do lucro líquido apurado em cada exercício.
Bonificação: normalmente é em ações. Reservas são incorporadas ao capital social, o que provoca seu aumento. Este valor é então distribuído aos acionistas na forma de novas ações representativas desse aumento. Bonificação em dinheiro ocorre excepcionalmente.
Desdobramento (Split): é o aumento do número de ações proporcional à posição original em todos os tipos e classes das ações sem contrapartida financeira, também chamado de split.
Agrupamento (Inplit): é operação inversa ao desdobramento; redução proporcional do número de ações em circulação sem prejuízo ao patrimônio do acionista. É indicado quando as ações possuem um valor de mercado muito reduzido, necessitando de grandes lotes para sua negociação. Aumenta proporcionalmente o preço da ação.
Subscrição: compra de ações por parte do acionista, aumentando o capital social. Acionistas terão preferência para a subscrição na proporção do número de ações que possuírem. Os acionistas podem negociar esta preferência – direito de subscrição.
Análise fundamentalista
Consiste na análise profunda da empresa e do setor da ação em questão. Este tipo de análise envolve, entre outras atividades, visitas às empresas, análise de dados de balanços, construção de índices e comparações temporais (evolução no tempo) e setoriais (com os concorrentes do mesmo setor). Faz parte também da análise fundamentalista a construção de um “fluxo de caixa descontado”, ou seja, a complexa projeção, a partir de dados econômicos e da empresa em questão, de seus resultados futuros. Ao se descontar este fluxo de caixa pode-se determinar um preço alvo para a ação e o seu potencial de valorização.
Índices para análise de ações
Índice Preço/Lucro (P/L): P/L = Preço de mercado (ou de aquisição) da ação/lucro projetado por ação (LPA).
Preço de mercado/Valor patrimonial (P/VP): é calculado dividindo-se o preço de mercado da ação pelo valor patrimonial (contábil) da ação.
Índice VE/EBITDA ou VE/LAJIDA: é a relação entre o valor da empresa/lucro antes de impostos, depreciação e amortização (Earnings before interest, tax, depreciation and amortization). É conhecido também como valor da empresa/geração operacional de caixa. O valor da empresa corresponde ao valor de mercado da ação mais o endividamento.
Riscos no mercado acionário
– Risco de mercado: trata-se do grau de imprevisibilidade do preço futuro da ação. O risco de mercado pode ser dividido em:
– Risco sistemático: tem sua origem em fatores comuns a todos os ativos do mercado
– Risco não-sistemático ou específico: tem sua origem em fatores específicos da empresa.
– Risco de liquidez: é o risco de não conseguir vender uma ação pelo seu preço justo.
Gestão ativa
Objetivo: a área de gestão busca um retorno superior ao benchmark com risco limitado (medido pelo traking-error), por isso faz uso de uma gestão ativa das carteiras dos fundos. Filosofia: utiliza análise fundamentalista com mix entre top-down (análise econômica e política) e bottom-up (análise de empresas). Uso ainda de métodos quantitativos para controle de risco (tracking-error). E disciplina na implementação da metodologia.
Gestão dos fundos de renda variável
Top-down
Indica o grau de apostas das carteiras e orienta a alocação setorial. Envolve a avaliação dos fatores que influenciam o risco-país, que é a variável com maior poder de explicação do comportamento do mercado de ações brasileiro.
Stock picking ou bottom-up
Seleção das ações com base no potencial de valorização (up-side) calculado a partir de projeções de fluxos de caixa (DCF), uma vez confrontados com os respectivos múltiplos (EV/EBITDA, P/E, P/BV). Uso intenso da comparação com o valuation de empresas e ações semelhantes nos mercados desenvolvidos e concorrentes em relação aos fluxos dos investidores internacionais.
Carteira-base
É definida mensalmente. A carteira base é discutida e determinada pelo conjunto da área para carteiras Ibovespa e IBX, com base nos up-sides calculados pelos analistas. Cada gestor adapta seus fundos e carteiras à carteira-base fixada, de acordo com o perfil de risco dos clientes e liquidez dos papéis. Feito isto, o tracking-error de todas as carteiras é monitorado diariamente pela área de risco e informado aos gestores, que devem enquadrar-se nos limites previamente definidos.