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Bill Gates “abraça” a energia nuclear e vai investir bilhões no mercado

A energia nuclear ganhou um adepto de peso: Bill Gates. Ele está apostando bastante no setor e vai investir bilhões nesse mercado.
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Há pouco mais de 6 meses venho falando sobre as vantagens do investimento em energia nuclear, como fonte de energia segura, barata e limpa. Recentemente, um apoiador de peso, ninguém menos que Bill Gates, bilionário fundador da Microsoft, tornou-se mais ativo na defesa dessa alternativa energética.

Na sua carta de final de ano, Gates disse que os EUA deveriam retomar o protagonismo e que ele iria dedicar o ano de 2019 para convencer os líderes do país a avançar a agenda de energia atômica. Segundo ele, a energia nuclear é ideal para lidar com as mudanças climáticas, porque ela é a única que não produz carbono, tem escalabilidade e está disponível 24 horas por dia.

Semana passada, ele mostrou que não estava blefando. Disse que investirá US$1 bilhão do seu próprio bolso, levantará mais US$1 bilhão no mercado privado e investirá em uma empresa que tentará aprimorar a produção de energia atômica. Nada como por o seu próprio dinheiro naquilo que se está pregando, para mostrar que realmente acredita no negócio ou, como diria Taleb, que tem “skin in the game”.

Gates já está se encontrando com democratas e republicanos e acelerando incentivos governamentais para que os EUA voltem a liderar nessa tecnologia, que responde por 20% de sua matriz energética atualmente. Os norte-americanos são os maiores produtores de energia atômica, com uma fatia de 30% da produção mundial anual, mas não inovam há décadas. Quando Bill Gates se propõe a fazer algo, ele realmente faz acontecer.

A China continua construindo de forma agressiva, com 15 reatores nucleares atualmente em construção, acompanhada por Rússia, Índia e Coreia do Sul na vanguarda da expansão da capacidade instalada. Países como a Argentina e vários outros no Oriente Médio, que nunca tiveram relevância no setor, também estão construindo reatores. O crescimento da indústria é notável.

Notável também é o que vem acontecendo com a produção. Ano passado foi o primeiro ano em 10 em que houve um déficit entre o que foi produzido, cerca de 135 milhões de libras, e o que foi consumido, quase 200 milhões, se contabilizarmos os compradores financeiros, como fundos de investimento. Abaixo inseri um gráfico mostrando como se comporta o preço quando há déficit entre produção e consumo:

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O urânio continua no meu radar como um investimento cuja relação entre risco e retorno se mostra extremamente vantajosa. Trata-se de uma commodity negociada a praticamente metade do seu custo de produção, em meio a um aumento consistente da demanda e a uma sistemática diminuição da oferta.

O urânio já está em bull market e registra uma alta de cerca de 40% desde as mínimas em abril de 2018, e acredito que esse seja apenas o começo de uma alta duradoura de vários anos. É uma das poucas commodities cujo preço não despencou no ano passado, enquanto minério de ferro, petróleo e cobre sofreram bastante.

Lembrando que no último bull market, há pouco mais de 10 anos, as ações de várias mineradoras subiram entre 3.000% e 10.000%. O próximo bull market das ações do setor não deve desapontar e acredito que ele esteja bem próximo.

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Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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