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Será que estamos perto de mais um crash? Um dia, a conta irá chegar para os mercados

É impossível saber o momento, a não ser olhando para trás - mas a recomendação segue sendo para ter prudência 
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Num dos primeiros posts desse ano eu já alertava para um possível crash nos mercados, dizendo que os preços dos ativos estavam muito acima da média histórica e que os juros nos EUA estavam subindo.
Minha recomendação aos investidores à época foi cautela, bonds de empresas de primeira linha com vencimentos curtos e algumas ações com posição alta em caixa e baixo valor de mercado.

Será que agora chegamos ao momento do crash? Na minha opinião, é impossível saber, a não ser olhando para trás. Vamos descobrir daqui a algum tempo, mas já podemos notar algumas rachaduras na superfície. Por enquanto temos que nos contentar com indícios.

A Apple, queridinha do mercado (e também de Warren Buffett), está mais de 20% abaixo do seu pico trilionário atingido há cerca de dois meses.

A Nvidia, provavelmente a ação mais badalada dos últimos anos, está quase 50% abaixo do seu pico, também atingido há quase dois meses, e agora é arrastada para baixo pelo mesmo fator que a impulsionou: as criptomoedas.

Além dos dois exemplos acima, podemos ainda mencionar vários outros, como as notórias FAANGs – Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google -, as ações de momentum (cuidado com o seu fundo multimercado brasileiro que investe nelas) e as de tecnologia.

O risco, como já disse algumas vezes, começa aos poucos, depois vem como uma enxurrada. E os riscos estão aumentando, com os mais fracos sofrendo primeiro.

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Começou com as criptomoedas, sobre as quais eu já havia alertado, depois recaiu sobre os mercados emergentes, notadamente Turquia e Argentina, e agora passou para o mercado acionário.

Para as pessoas que acham que o Brasil tem um novo presidente e que ele está focado em reformas e com muita boa disposição (que, por sinal, parece ser o caso), gostaria de lembrar da Argentina, que elegeu Mauricio Macri e cuja moeda já perdeu quase 50% do valor nos últimos meses.

O que os Bancos Centrais fizeram na última década foi somente postergar os efeitos da última crise, que foi consequência das mesmas atitudes dos mesmos Bancos Centrais como resposta à crise que a antecedeu.

Ficou confuso? Explico. Sob a justificativa de conter os efeitos deletérios do estouro da bolha das ações de tecnologia em 2000, o Fed reduziu a taxa de juros e conduziu uma política monetária expansionista.

Em agosto de 2007, depois de anos de excesso de liquidez, a conta chegou junto com o estouro da bolha do subprime, dando início à crise financeira global. O que as autoridades monetárias fizeram? Conduziram uma nova política expansionista, de dimensões e audácia sem precedentes, diga-se de passagem.

O que isso nos mostra é que não há uma solução definitiva e os Bancos Centrais fazem a única coisa que sabem fazer: abaixar a taxa de juros e imprimir mais dinheiro, fazendo com a economia alterne entre booms e busts.

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Com menos taxa de juros e mais dinheiro, os investidores foram buscar retorno e se esqueceram do risco. Acredito que os problemas de hoje estejam piores que em 2008. Naquela época, o montante de dívida no mundo era de cerca de US$173 trilhões. Hoje já são mais de US$  250 trilhões. Nada foi resolvido, simplesmente maquiaram os efeitos da crise com impressão de dinheiro e juros artificialmente baixos.

Tudo Isso fez com que os preços dos ativos subissem bastante, contudo de forma irreal, não baseada em ganhos de produtividade ou em crescimento sustentável. A conta vai chegar, só não sei se é agora. Continuo recomendando prudência.

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Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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