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O poder do lucro

O efeito não intencional do empreendedor que busca o lucro é a melhoria da qualidade dos produtos, serviços e a consequente melhoria na qualidade de vida das pessoas
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Guilherme Molina, associado IFL-SP ( Instituto de Formação de Líderes de São Paulo), engenheiro e Diretor de Investimentos em Private Equity.

Os empreendedores são criticados, no Brasil e em diversos países, devido a visão de que são exploradores do trabalhador e capitalistas inescrupulosos que buscam incessantemente o lucro e, assim, trazendo desigualdade de renda e males à sociedade. Acredita-se que a riqueza de um, inevitavelmente, significa a pobreza de outro.

Deste modo, a solução é taxar as grandes fortunas destes empreendedores, pois o lucro, por eles acumulados com seus esforços, não é justo e precisa ser redistribuído para os mais pobres. Há uma incompreensão generalizada sobre o papel que o empreendedor exerce na geração de riqueza de um país, porém entender esta dinâmica é fundamental. A discussão deve estar além de julgamentos de virtudes morais, entendendo os efeitos econômicos e sociais que a busca pelo lucro traz.

A riqueza de um país depende da maneira em que seus recursos escassos são alocados. Se todos os bens existissem em abundância, todos teriam acesso a tudo e não seria necessário haver nenhum tipo de priorização na utilização dos recursos, porém esse cenário ideal é inexistente. Por isso o país que conseguir produzir “mais com menos” será o que as pessoas terão acesso a uma quantidade maior de bens e serviços, e, consequentemente uma melhor qualidade de vida. Portanto, a principal pergunta a ser respondida é: como alocar os recursos da maneira mais eficiente possível?

A alocação dos recursos pode ser feita de maneira centralizada ou descentralizada. O socialismo e suas variações, como a socialdemocracia e diversos outros tipos de intervencionismos estatais, é um caminho; o liberalismo econômico e respeito ao indivíduo é outro caminho.

O sucesso pretendido pelo caminho da intervenção estatal depende de algumas poucas pessoas trabalhando para o governo que tentam alocar os recursos de maneira eficiente. Estas pessoas precisam prever as vontades de todos indivíduos e as consequências futuras não intencionais de regras e leis que forem criadas.

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Este tipo de capacidade de planejamento funcionaria se o planejador central fosse onisciente e conseguisse prever tudo que todos indivíduos precisam e pensam.

Além disso, seria necessário fazer isto constantemente, pois as pessoas mudam de ideia com o passar do tempo. Dada a complexidade, este tipo de tarefa é impossível: Imagine coordenar o que mais de 200 milhões de brasileiros precisam a cada momento e como todas as empresas devem produzir e investir para atender esta demanda.

A história mostra que o caminho intervencionista é de fracasso, tanto em seus casos extremos (USSR, Venezuela, Coréia do Norte) como em casos intermediários. O fracasso do caminho intervencionista intermediário pode ser comprovado pelas duas décadas perdidas no Brasil, quando se abusou da intervenção estatal.

A década de 1980 e a década de 2010, foram as duas únicas décadas da história brasileira em que houve queda na Renda per capita. Nessas duas décadas mencionadas, os tomadores de decisão acreditavam em um modelo que o estado deveria ser o indutor da economia.

Além do problema de conhecimento existente no planejamento central, o intervencionismo estatal abre espaço para que empresários corrompam os funcionários do governo. Afinal, é muito mais fácil e barato um empresário corromper funcionários públicos para garantir benefícios para suas empresas, do que inovar e aumentar sua competitividade.

Em geral, isto é feito via agências de regulação e leis que visam corrigir “falhas de mercado”, porém na verdade geram proteção para os empresários atuais contra novos concorrentes.

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A operação Lava-Jato, maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve, comprovou como este processo de corrupção entre empresários e funcionários públicos aconteceu e distorceu as alocações de recursos.

O outro caminho para alocar os recursos é o do liberalismo econômico, com ausência de planejamento central. Neste caso, a alocação de recursos é feita de maneira descentralizada por diversos indivíduos, os empreendedores.

Não há nenhum tipo de dependência de funcionários públicos iluminados. O empreendedor é um indivíduo que possui características próprias, dentre elas, talvez as duas principais sejam (i) a capacidade de encontrar oportunidades de lucro e (ii) capacidade de “arriscar a própria pele”.

Encontrar as oportunidades de lucro significa atender melhor a demanda dos consumidores. Quando um empreendedor faz um produto usando uma técnica nova, ele está fazendo “mais com menos”, ou seja, utilizando recursos de uma maneira mais eficiente que seu concorrente. Isto atende uma demanda dos consumidores, que comprarão produtos melhores e, possivelmente, mais baratos.

Desta maneira, o consumidor terá mais dinheiro disponível para gastar em outros produtos e serviços. A ação inovadora do empreendedor faz com que a qualidade de vida dos seus consumidores melhore. O empreendedor seguirá tendo lucro enquanto seu produto tiver um melhor custo benefício para o consumidor.

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A partir do momento que algum concorrente consiga superá-lo, o lucro será transferido para seu concorrente. Este processo gera um ciclo virtuoso de enriquecimento da população. Os empreendedores buscando oportunidades de lucros são obrigados a sempre terem produtos melhores.

Os consumidores, por sua vez, terão cada vez mais produtos e serviços pela a mesma renda. Portanto, esta é a beleza transformadora do Lucro: o efeito não intencional do empreendedor que busca o lucro é a melhoria da qualidade dos produtos, serviços e a consequente melhoria na qualidade de vida das pessoas.

Fundamental para que este ciclo virtuoso possa ocorrer é que haja ausência de barreiras governamentais de entradas. Isto significa dizer que não podem existir leis ou agências de regulação que beneficiem os participantes atuais de mercado, caso contrário, o processo constante de competição será interrompido.

Outra característica do empreendedor é a capacidade de arriscar a própria pele. Este conceito é brilhantemente explorado no livro “Arriscando a própria pele” de Nassim Taleb, mesmo autor de “Cisne Negro”. No livro, ele compara qual a consequência de fracasso de um funcionário público e de um empreendedor. O funcionário público recebe um salário fixo e aposentadorias extremamente benevolentes, independentemente do resultado das suas ações.

Quando as consequências de suas ações são negativas para a população, ele não perde nada. No caso do empreendedor, caso não consiga atender as demandas dos consumidores melhores que todos seus concorrentes, sua empresa vai a falência e ele perde tudo. Portanto, o empreendedor sempre terá um incentivo para fazer um trabalho melhor. Além disso, os empreendedores ruins são retirados do mercado, pois há uma seleção natural dos melhores empreendedores via o lucro de suas empresas.

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Podemos concluir que a riqueza de um país é gerada quando empreendedores podem atuar livremente sem intervenção estatal. Tudo que seja criado pelo governo e atrapalhe o empreendedor, como criação de burocracia, impostos, altos custos trabalhistas, etc., prejudica o desenvolvimento do país.

A busca do empreendedor pelo lucro, e sua disposição à arriscar a própria pele, faz com que melhores serviços e produtos estejam à disposição de todos, aumentando assim a qualidade de vida da população. O poder destas ideias levou diversos países ao caminho da prosperidade. Quanto mais pessoas entenderem como o liberalismo e os empreendedores transformam a sociedade, maiores as chances de reduzir a intervenção do governo.

Para aqueles que quiserem entender melhor como estas ideias podem transformar a sociedade, há institutos e empresários que fazem a diferença. Dentre eles existe o instituo de formação de líderes (IFL), que se propõe a formar jovens empreendedores e líderes seguindo estas ideias.

O IFL realiza todos os anos um fórum de empreendedorismo e liberdade. Este ano o fórum contará com participação de Hélio Beltrão (presidente do instituto Mises Brasil, principal think-tank de ideias liberais no país), Guilherme Benchimol (Empreendedor fundador da XP investimentos), Nassim Taleb (autor dos bestsellers “O Cisne Negro” e “Antifrágil”) e vários outros empreendedores que compartilham deste mesmo ideal de como fazer um país melhor. É uma oportunidade única para escutar grandes pensadores e empreendedores.

Acessando www.forumsp.org é possível ter a real dimensão do evento e quais são todos os grandes nomes que participarão do evento. Sem dúvida um evento transformador.

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