Rebaixamento ameaça rating de oito empresas brasileiras, avalia Moody’s

Segundo a agência de risco, deterioração macroeconômica no País é o principal risco para as empresas brasileiras

Estadão Conteúdo

Usina Hidrelétrica de Tucuruí *** Local Caption *** Comportas abertas da usina de Tucuruí

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Pelos critérios da agência de classificação de risco Moody’s, a quantidade de empresas brasileiras que estão muito próximas de serem consideradas investimento “especulativo” mais que dobrou no primeiro trimestre deste ano. Segundo relatório divulgado na terça-feira, 21, cinco novas empresas brasileiras entraram para este grupo no primeiro trimestre do ano. Por causa do aumento, o Brasil superou a Rússia em número de empresas que podem passar a ser consideradas especulativas e a América Latina se tornou a região com maior número de empresas sob risco.

O relatório chama essas empresas de “potenciais anjos caídos” porque podem perder o grau de investimento. Hoje têm um Baa3, o último degrau nas notas da Moody’s que confere grau de investimento, e estão com perspectiva negativa ou em revisão para rebaixamento.

Cinco empresas brasileiras se tornaram “anjos caídos em potencial” neste começo de ano: no setor da construção, a Odebrecht, e, na área de energia, AES Tietê (GETI4) e três empresas do grupo EDP – Bandeirante Energia, Energest e Escelsa. Com este adicional, o Brasil passou a ter oito empresas que podem perder o grau de investimento. Já estavam na lista, Braskem (BRKM5), Eletrobrás (ELET3; ELET6) e Sabesp (SBSP3). Uma empresa, a Petrobras, consta da lista de “anjos caídos” deste ano – que efetivamente perderam o grau de investimento.

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Crise

De acordo com o relatório, o principal risco para as empresas brasileiras é a deterioração econômica. “Enquanto a economia brasileira segue fraca, vemos mais risco de que as empresas percam o grau de investimento ou se tornem ?anjos caídos?”, disse o vice-presidente da Moody’s, Mark Stodden.

Mas o relatório também destaca que as empresas estão sendo fragilizadas por outros problemas, como inflação, mudanças de regras legais (que afetaram principalmente as empresas de energia elétrica), crise no setor de infraestrutura e repercussões negativas da Operação Lava Jato, que apuram irregularidades na Petrobrás (que justificam, em parte, a nota da construtora Odebrecht). De modo geral, a agência considera que “o ambiente para os negócios está muito mais desafiador” no Brasil.

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No trimestre anterior, empresas russas dominaram a lista de “potenciais anjos caídos”. Agora, Brasil e EUA dividem a liderança com oito empresas cada. Isso representa um aumento acentuado em relação ao trimestre anterior. A posição do Brasil repercutiu sobre a América Latina. A região hoje tem a maior proporção “potenciais anjos caídos”. São 12 – 34% do total.

O relatório também traz “estrelas potenciais em ascensão”, que são as empresas que podem ganhar o grau de investimento. Nenhuma brasileira foi incluída na relação neste ano. Hoje há apenas uma brasileira que espera a hora de “brilhar” nos critérios da Moody’s. Trata-se da Fibria, do setor de papel e celulose, na fila desde 2013.

Procurada pela reportagem, a AES Tietê, em nota, declarou que como outras empresas do setor sofreu com o “cenário hidrológico” adverso, que impôs a “elevação dos custos com compra de energia”. Mas reforçou que vem melhorando o resultado e reduzindo o nível de alavancagem. A Odebrecht preferiu não se pronunciar. Por causa do feriado, a assessoria do grupo EDP não conseguiu dar um retorno oficial até o fechamento desta edição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.