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Ação da Springs Global: a tão aguardada transformação chegou

Para aqueles que não estão atentos, a Springs Global anunciou uma operação de compartilhamento da sua unidade nos EUA com uma outra empresa de Cama, Mesa e Banho
Por  João Paulo Reis
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Passados mais de 3 meses de um evento importantíssimo ocorrido no dia 29 de dezembro de 2018, e com a publicação dos resultados do 4 trimestre, já podemos tirar algumas conclusões sobre os efeitos transformacionais na Springs Global (SGPS3), empresa que estamos acompanhando desde 2016 neste blog.

Para aqueles que não estão atentos, a Springs Global anunciou uma operação de compartilhamento da sua unidade nos EUA com uma outra empresa de Cama, Mesa e Banho chamada Keeco, também americana, cujos, os termos são os seguintes:

Avaliação da Springs USA: US$ 126 milhões. Que serão pagos da seguinte forma:

1) US$ 90 milhões em dinheiro e;

2) US$ 36 milhões em uma participação de 17,5% na nova empresa, que possui um faturamento anual de US$ 800 milhões, e margem EBITDA próxima de 2 dígitos.

Para se ter ideia do impacto dessa operação no valor da companhia, ao câmbio comercial do dia 29/03/2019, a operação americana, que representa 35% da receita total, foi avaliada em R$ 490 milhões, sendo que o valor de mercado da Springs Global em bolsa, na mesma data, estava em R$ 445 milhões!!!!!

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Além disso, nos resultados do 4 trimestre, foram reconhecidos créditos fiscais de PIS/COFINS da ordem de R$ 196 milhões, que serão compensados em até 6 trimestres, conforme informou a empresa.

Assim, aproximadamente R$ 550 milhões (Venda da Springs USA + créditos PIS/COFINS) serão abatidos do seu endividamento, permitindo uma redução da relação Dívida Líquida/EBITDA para abaixo de 2X até meados de 2020, isso sem considerar o caixa livre que será gerado no período.

Nestes termos, a empresa defendeu em seu call de resultados, que só com esse efeito e a reavaliação dos ativos a empresa teve um incremento de quase 35% no seu patrimônio líquido, e que a ação deveria estar R$ 11 acima da sua cotação atual (R$ 550 milhões/50 milhões de ações).

Mais ainda, como o fechamento da operação ocorreu efetivamente em março, o primeiro trimestre de 2019 já apresentará um lucro da ordem de US$ 69 milhões.

Ademais, é bom frisar que essa operação de compartilhamento da Springs USA com a Keeco fecha um ciclo e inicia outro mais promissor focado nas unidades de negócios América do Sul (Brasil e Argentina) e Varejo (E–Commerce), mantendo, ainda, uma porta aberta para o mercado americano.

Com a participação da Springs na nova empresa de 17,5%, o resultado da mesma virá por equivalência patrimonial, que será abatida de alguns custos legados decorrentes da operação de joint venture feita em 2007.

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Não podemos esquecer que alguns terrenos nos EUA não foram incluídos na negociação e poderão ser negociados e monetizados em breve.

Além disso tudo, créditos fiscais poderão ser utilizados para os resultados decorrentes da nova operação compartilhada nos EUA.

Isso, no nosso modo de ver permitirá a Springs continuar participando e acessando o mercado americano e ao juntar forças com essa empresa estamos estimando, que as receitas podem superar com facilidades os US$ 800 milhões ano.

Logo, uma operação que estava desperdiçando energias e enfrentando enormes desafios em função da concorrência com o e-commerce (Amazon), passou a ser uma oportunidade de aproveitar melhor esse canal de vendas através da participação e vendas do Brasil para os EUA através das exportações.

Também foi informado, que dois ativos imobiliários desativados para venda (Montes Claros-MG e São Gonçalo do Amarante-RN) seguem sendo monetizados através de receitas de aluguel (R$ 12 milhões anuais), permutas em empreendimentos imobiliários populares em grandes áreas (520 mil m2) e mais vendas, podendo gerar valorizações expressivas nos próximos balanços da mesma ordem que foram anunciados até aqui.

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Mas como temos dito, acreditamos que a empresa que será mais beneficiada é a holding da Springs Global, já que ela controla outras empresas do grupo Coteminas, e que segundo seu presidente devem gerar créditos fiscais (PIS/COFINS) da ordem de R$ 700 milhões.

Considerando que a Coteminas (CTNM4) no dia 29/03/2019, valia em mercado menos de R$ 320 milhões, está confirmada nossa tese de maior assimetria de valor da bolsa brasileira.

Isso sem contar, a venda de ativos na holding que já aconteceram e estão por ocorrer. A conferir!!!

Como foi dito acima, a redução da alavancagem e por consequência a diminuição da despesa financeira, e o reposicionamento de seus negócios, finalmente permitirá que voltemos a ver uma geração de lucros recorrentes dessa empresa tão tradicional e presente em diversos lares brasileiros.

Afinal de contas quem não conhece as marcas Santista, Artex, M Martan e aos mais seniores Casa Moyses.

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João Paulo Reis É gestor do Venture Value FIA, sócio da Biguá Capital desde o seu surgimento em 2006, acumulando experiência na seleção e análise das empresas listadas na Bolsa

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