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Governo enfraquece instituições para seguir governando, diz Marcos Nobre

Presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) vê partidos conformados enquanto estruturas democráticas são destruídas
Por  Um Brasil -
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Pelo menos desde 2013, a sociedade brasileira não se sente representada pelo sistema político, o qual, em vez de fazer uma reforma para se aproximar do eleitor, resolveu se fechar em si mesmo, acreditando que se tratava de um sentimento passageiro. A consequência desse distanciamento foi a eleição do presidente Jair Bolsonaro, de acordo com o presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), Marcos Nobre.

“Bolsonaro foi eleito porque surfou na onda do colapso institucional. A base dele é antissistema”, afirma Nobre em entrevista ao UM BRASIL em parceria com o InfoMoney. “Temos um governo que necessita enfraquecer as instituições para continuar governando”, completa, referindo-se a críticas e intervenções do Planalto em órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Na avaliação de Nobre, que é cientista político e doutor em filosofia, Bolsonaro foi eleito para “quebrar” o sistema porque os partidos se mantiveram excludentes à sociedade. “A impressão que dá é que, de um lado, Bolsonaro ataca as instituições e, de outro, há a intenção de voltar ao que existia antes de Bolsonaro. Nenhuma das duas é uma boa saída”, pontua.

Segundo o entrevistado, a ofensiva às instituições é “uma situação muito preocupante”, pois se trata de “uma corrosão das estruturas democráticas dentro da democracia”.

A despeito dessa situação e de o governo ser antipático para parte considerável da sociedade, ele alega que a classe política, mesmo a oposição, está acomodada com Bolsonaro. “A minha impressão é de que o sistema político está confortável. Bolsonaro está confortável porque continua mantendo seus 30% [de aprovação] para chegar a 2022, e uma das novidades desse governo é que não existe oposição. Todo mundo está confortável com a situação fazendo cálculo eleitoral para 2020 e 2022.”

De acordo com Nobre, a pauta das reformas tem prosseguido porque não incomoda os 30% que apoiam Bolsonaro, mas, ainda assim, precisam ser realizadas “à margem do presidente”, sendo protagonizadas pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP-DEM).

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Em função de diversas confusões em apenas 8 meses e meio de governo, o cientista político critica a apatia dos partidos em relação às atitudes do presidente. “Nós perdemos um certo conjunto de conquistas partilhadas, perdemos o chão comum em que resolvíamos as nossas divergências, o qual se chamava democracia”, assevera. “Não devemos ficar tranquilos, são as instituições democráticas que estão em jogo. Demora muito para construí-las e é fácil destruí-las”, frisa.

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