Tecnologia precisa envolver academia e setores público e privado
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O desenvolvimento tecnológico deve impactar todas as profissões e indústrias, e para o Brasil não ficar para trás, é preciso que as pesquisas acadêmicas sejam aproveitadas nos setores público e privado. É o que diz o gerente-geral para a unidade de Global Technology Services da IBM América do Norte, Rodrigo Kede.
Em entrevista ao UM BRASIL, ele diz que organizar o setor tecnológico deve trazer benefícios ao País. “O Brasil precisa de alinhamento entre os setores acadêmico, privado e público para incentivar a pesquisa e a tecnologia, porque esse é o grande caminho para a produtividade”, afirma.
De acordo com Kede, o Brasil tem exemplos de uso eficiente da tecnologia, mas falha por não espalhar seus benefícios por toda a economia. “O Brasil tem dois extremos: uma parte dele é subdesenvolvida do ponto de vista tecnológico, e outra é bastante desenvolvida. Por exemplo, o setor financeiro é muito acima da média em termos de tecnologia, tanto para o cliente final como para [se defender de] ataques cibernéticos. Em outros setores, é mais complicado”, comenta.
Para o gerente-geral da IBM, países considerados atrasados tecnologicamente devem alcançar os mais desenvolvidos com o passar dos anos em função do acesso facilitado a dispositivos tecnológicos.
“Há 20 anos, o Brasil tinha um gap que era difícil resolver. Hoje, todo mundo tem smartphone e está conectado à internet. O smartphone dá acesso ao banco, à compra, à opinião, ao trânsito. A tecnologia está servindo para democratizar e mudar a relação entre o cidadão e o governo, o consumidor e a empresa. O Brasil e todos os mercados em desenvolvimento vão aos poucos chegar mais perto dos mercados desenvolvidos”, ressalta Kede.
Para ele, o desenvolvimento tecnológico fará com que todas as profissões passem por transformações, e os trabalhadores terão de saber usar a inteligência artificial a seu favor.
“Acredito que a inteligência artificial mudará completamente todas as profissões e todas as indústrias. O setor de saúde, por exemplo, já tem sistemas que têm a capacidade de fazer diagnóstico e determinar o tratamento do câncer”, diz Kede.
“A quantidade de literatura, novas drogas e novos procedimentos aumenta de forma exponencial. Um oncologista, hoje, para se atualizar deveria ler cerca de 170 horas por semana. Não tem solução para isso que não seja o uso intensivo de inteligência artificial”, completa.