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Por que sou contra o FGTS? 5 motivos – e uma conta simples – explicam isso

Muita gente me questiona sobre as vantagens do trabalhador possuir FGTS; mas em poucos palavras te mostrarei por que não vejo o Fundo como um benefício
Por  Celson Placido
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Por que sou contra o FGTS (ou Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)?

Muita gente me questionou e me pediu para escrever sobre essa tema. Então aí vai minha opinião! Vamos aos pontos:

1) O FGTS onera o empregador que acaba repassando esses “custos” na hora de contratar o profissional, fazendo com o que o empregado receba menos por isso. No fundo, quem paga é o empregado e não o empregador, que embute esse valor no salário;

2) O FGTS representa um desconto de 8% do valor bruto pago ao empregado. Esse valor é depositado pelo empregador. Rendendo 3% mais a TR;

3) “É um direito do trabalhador”. Se fosse direito, por que o empregador não pode sacar e investir onde ele quiser? O governo “investe” pra você com um retorno muito, muito menor mesmo. No final conta resumida;

4) Gera um problema, quanto mais dinheiro o governo tem em mãos, maior a probabilidade de corrupção;

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5) Deixe que o trabalhador cuide do dinheiro dele ou eleve o retorno do trabalhador. O direito do trabalhador gerir o seu dinheiro.

Um cálculo simples
Tenho um cálculo simples que ilustra muito bem minha insatisfação com o FGTS. 

A conta abaixo considera um trabalhador que recebe R$ 1 mil de salário, desde o ano de 2000 com final em 2015 (ou seja, 16 anos completos). Não considerei reajustes anuais salariais, apenas o mesmo salário sempre. Também não considerei os juros mensais, só anuais, utilizando a taxa de juros média anual desde 2000.

Vamos às contas:

a) Utilizando o FGTS, ao final de 16 anos o trabalhador teria um saldo de R$ 23.560,00 na conta FGTS;

b) Utilizando a correção pela inflação, o trabalhador deveria ter um saldo de R$ 28.637. Ou seja, o FGTS não corrigiu nem a inflação; e

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c) Utilizando a taxa Selic média, com um retorno de 80% dos juros (ex: se a Selic média em 2015 foi de 13,37%, o retorno seria de 10,7%), considerado um investimento ultra conservador, o saldo final após 16 anos, seria de R$ 51.187, ou seja, 117% acima do FGTS.

Alguns podem perguntar: e a multa de 40%?
Só em caso de demissão e depois de 16 anos no mesmo emprego, o trabalhador teria um valor de R$ 32.984, ou seja, ainda bem abaixo da aplicação conservadora de saldo R$ 51.187 (que é 55% a mais do recebimento da multa).

Por que o brasileiro aceita isso?
Infelizmente, está enraizado na cultura brasileira que o Estado precisa cuidar da população, ao invés de deixar a decisão nas mãos das pessoas de investimentos. É preciso mudar essa forma de pensamento.

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