Greve de caminhoneiros não é algo propriamente novo no Brasil
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As manifestações mais recentes fizeram bastante barulho, como a de agora, mas foram breves. Precisaram de medidas concretas do governo para chegar ao fim. Em 2015, a categoria fez dois movimentos grandes, o maior deles em fevereiro e março e o segundo em novembro. Os dois casos foram encerrados após medidas do governo, mas de naturezas diferentes.
A primeira manifestação de 2015, em março, também foi deflagrada pela alta no preço do diesel, após eleveção da PIS/Cofins no combustível. O movimento teve início em Paraná e Santa Catarina e se alastrou para 14 Estados no momento do acordo. Durou de 18 de fevereiro a 3 de março.
No acordo para encerrar o movimento, o Planalto se comprometeu a sancionar, sem vetos, a nova lei dos caminhoneiros, o que foi feito em 3 de março. Uma das principais queixas dos articuladores do governo à época era a liderança dispersa do movimento – não havia um comando central com quem dialogar.
Já em novembro, o governo adotou medida diferente. Poucos dias depois de deflagrado o movimento, editou uma medida provisória com punições mais severas para bloqueios de estradas. O movimento foi perdendo força até se encerrar.
Através do Google Trends é possível observar que a greve hoje tem o mesmo nível de procura que o verificado em novembro de 2015, porém, com o episódio em desenvolvimento, essa afirmação é provisória. Observou-se também que nas duas greves ocorridas em 2015, o pico se deu no 7º e o 8º dia.
Buscando responder se, uma vez superada a crise, haverá um efeito perene no bom/mau humor da população, recorremos à forte relação entre a inflação corrente e a expectativa de inflação do consumidor medida pela FGV. Se a alta de combustíveis for suficiente para elevar o IPCA total de maneira importante, os efeitos devem persistir. Como isso parece improvável, a população deve retomar apenas o mau humor habitual recente com os políticos.