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Os pontos fortes e fracos de um dos maiores gênios da tecnologia, segundo o livro “Steve Jobs”

Steve Jobs foi um desbravador em seu setor. Responsável pela revolução dos computadores pessoais, era obcecado pelo design e pela excelência. Para entender Steve Jobs melhor, Walter Isaacson, famoso por escrever biografias como a de Einstein e Benjamin Franklin, ambas best sellers, analisa detalhadamente os aspectos de sua personalidade e o que o motivava. Com esse livro o leitor consegue entender como uma pessoa como Steve levou a Apple a ser a empresa mais valiosa do mundo, com um valor de mais de US$ 214 bilhões.
Por  IFL - Instituto de Formação de Líderes -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

André Lima, associado ao IFL, Administrador de Empresas e Advogado, formado pela EASP-FGV e Escola de Direito de São Paulo da FGV. 

Certamente um dos livros mais adoráveis que tive a oportunidade de ler. Simples, de leitura fluída e extremamente divertido. Assim descrevo brevemente esta biografia de Steve Jobs.

Sem enaltecimentos ou deméritos aos biógrafos, a construção de uma boa biografia depende muito do biografado. Talvez não houvesse muito o que falar de uma pessoa ordinária. Não obstante, esta biografia versa sobre um dos empresários mais extraordinários das últimas gerações. Não há dúvida que poderíamos comparar o gênio empresário de Jobs aos de Henry Ford, Bill Gates, Rockfeller, Barão de Mauá, J. P. Morgan e tantos outros que moldaram o capitalismo e, portanto, nossa sociedade.

A biografia em questão trata de toda a vida de Steve Jobs, desde sua peculiar infância até a morte precoce por câncer.

De forma bastante descritiva e analisando tanto os dizeres do próprio Steve Jobs como de amigos e colegas, o autor traça uma narrativa cronológica da vida de Jobs, passando pelos principais momentos de sua vida social, educacional e, evidentemente, empresarial.

Se fosse requisitado a fazer um recorte daquilo que acredito ser a parte mais interessante e importante do livro, sem dúvida me ateria aos primeiros capítulos, pois acredito fortemente que o gênio de Jobs estava em sua personalidade e sua perspicácia para entender as coisas e, sem dúvida, estas características foram fortemente moldadas pelo ambiente que o envolveu na juventude.

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Sua curiosidade infantil foi profundamente aguçada pelas aptidões mecânicas do pai e dos vizinhos. Jobs não só estava envolto num momento único da história, qual seja, a ebulição da eletrônica, como estava no lugar certo (Califórnia) e rodeado por pessoas envolvidas em mecânica, engenharia e eletrônica.

Já um pouco mais velho, teve a oportunidade de cercar-se de várias atividades pioneiras, quando, por exemplo, trabalhou na Atari. Também conheceu pessoas excepcionais como o parceiro (e, de certa forma, antagonista) Steve Wozniak.
Tudo isso deve ter influenciado aquele que já era um garoto excepcional a ir além do ponto de vista intelectual.

Sob a perspectiva pessoal e social, Jobs é reconhecido por sua particular arrogância, má-educação e destempero com os outros, sejam familiares, funcionários ou sócios.

Não poderíamos atribuir estes maus exemplos de Jobs apenas à fama e à fortuna, pois o livro expõe vários momentos anteriores ao sucesso da Apple em que ele age de forma absolutamente intragável.

O fato de ter sido adotado (talvez aqui um sentimento de rejeição e abandono, mas não há elementos para atestar) pode ter tido algum tipo de impacto na criação deste traço de caráter.

Mas talvez este traço antissocial de Jobs o tenha ajudado a forjar uma forma de trabalho muito forte, determinada e perfeccionista. Entretanto, tal forma de trabalho exige muito de todos ao redor e cria um ambiente de trabalho que, se não bem azeitado, pode gerar problemas, conforme exposto em inúmeras passagens do livro.

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Uma vez estabelecidas as bases de formação profissional e pessoal de Jobs, a biografia passa a narrar com mais foco as principais conquistas e frustrações empresariais dele, desde a criação da Apple, passando pela sua demissão, a aquisição da Pixar, a criação da Next, a volta para Apple (e sua salvação) e revolução com os iMacs, iPods e, claro, os iPhones.

Em todos estes momentos podemos ver as mesmas características marcantes de Jobs: muito trabalho (a ponto de relegar as relações pessoais a segundo plano e leva-lo a beira da completa estafa), perfeccionismo e um tino absolutamente incomum para novas tendências. Não obstante, nota-se que, com o passar dos anos, Jobs passa a ser um pouco menos explosivo e mal-educado. Talvez a idade tenha depurado um pouco os defeitos de personalidade deste gênio.

Infelizmente, o câncer chegou antes de sua teimosia extremada ser, ao menos, diminuída o suficiente. Apesar do diagnóstico de um câncer pancreático tratável e, mais importante, curável, buscou soluções alternativas, sob a fraca justificativa que não queria que abrissem seu corpo (se referindo à cirurgia para retirada do tumor).

Por não tratar precocemente a doença, Jobs veio a falecer muito antes do que deveria, deixando um legado indelével para nossa sociedade, senão como um ser humano exemplar, como um dos maiores empresários que já andaram entre nós.
Extrapolando um pouco as ideias, talvez as características que o fizeram tão marcante e eficaz como empresário foram justamente as que o fizeram sucumbir.

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