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O purgatório automotivo do Rio

O Rio é a: "capital do sangue quente do Brasil... capital do sangue quente do melhor e do pior do Brasil...". E, no ramo automotivo, apesar do mercado estar se recuperando, isso não acontece no Rio.
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

A música da grandiosíssima Fernandinha Abreu, não poderia ser mais propícia para o momento atual.

Vindo para o setor automotivo, as vendas de carros – neste ano – estão voltando ao patamar de 2007. Quem salva o mercado é o interior do país, que está vendendo mais que as capitais.

E a nossa âncora é o estado do Rio de Janeiro. Eles estão vendendo 25% a menos que em 2007. A cidade maravilhosa registra retração de 32% sobre 2007.

Eu poderia abordar a questão falimentar do Rio; o excesso de Estado na economia; a corrupção; o pessoal do Leblon entre outras coisas.

O ponto que abordaremos aqui é o impacto que tudo isso (e mais um pouco) gerou no setor automotivo. As vendas de carros no Estado estão em queda, motivadas por toda a situação falimentar que o Estado está vivendo. E, agora, percebemos mais claramente o impacto que isto está gerando para a manutenção e conservação do veículo. Como o custo (de manutenção/conservação) aumentou substancialmente, isso desmotiva, ainda mais, as novas vendas. Ou seja, entramos num círculo vicioso difícil de ser quebrado!

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Um dos exemplos que vamos apontar aqui é o aumento no número de roubo de veículos no Estado do Rio. Como diria o amigo do Bob Esponja (o Lula, Molusco): “…Nunca antes na história desse Estado se roubou tantos veículos!…”

A média diária de roubos de veículos no Rio de Janeiro é de 152 roubos/dia.

São 152 veículos roubados por dia!! (Eu tive que repetir a informação, para eu poder acreditar).

O melhor desempenho do Estado foi o ano de 2011, quando “SÓ” se roubavam apenas 52 veículos/dia!

Ou seja, em sete anos, o Rio conseguiu a façanha de triplicar esse índice, chegando ao seu pior resultado da série histórica. Palmas para Cabral;,“pezinho”,pessoal do Leblon e afins.

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E aí a regra é clara: quem paga a conta, no final, é o consumidor! E o que isso está gerando para o pessoal do Rio? O preço dos seguros dos carros foi lá para cima!

Como era a nossa conta de padoca?

Simples! Para simulações, consideramos que o seguro do carro é por volta de 2,5% do preço do carro. Isso naquela conta “jogando os custos lá para cima”.

E quanto é o custo do seguro lá no Rio?

Bom, fizemos uma cotação. E na média o custo de você fazer um seguro no Rio é de quase 10% do valor do carro.

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Gente… para o carioca sair da concessionária com o carro novo, ele morre com mais de 15% do valor dele, somente em IPVA, Seguro e documentação. Se optar por uma blindagem “tipo caveirão”, para poder andar tranquilamente, ai a conta já é outra…

O grande problema do Rio – para o mercado automotivo – é que não basta melhorar a economia para alavancar as vendas. Eu tenho que melhorar a estrutura básica. Neste caso, segurança. Se continuarmos com 152 roubos de veículos por dia; custo exorbitante de seguro (entre outros), o mercado vai continuar estagnado!

A Fernandinha que estava certa:

“Rio 40 graus, Purgatório da beleza e do caos”.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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